Brasília - Começa às 9 horas, no Rio Copa Hotel, na zona sul da cidade, a Reunião Macrorregional Centro Sul de Avaliação do Programa Nacional de Eliminação da Hanseníase. O evento vai até amanhã (12), reunindo técnicos da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde e representantes das secretarias de Saúde de nove estados do centro-sul do país e dos municípios da região com maior incidência da doença.
Durante o encontro, será divulgada a segunda edição da Carta de Eliminação da Hanseníase, documento que apresenta a situação epidemiológica da doença. Técnicos do Ministério da saúde afirmam que o preconceito tem impedido que se alcance a meta estabelecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de diminuir até dezembro a ocorrência de hanseníase para menos de um caso a cada 10 mil habitantes.
No ano passado, o Programa Nacional de Eliminação da Hanseníase treinou equipes do Programa de Agentes Comunitários de Saúde e do Programa Saúde da Família para diagnosticar e tratar a hanseníase. O número de equipes treinadas cresceu 118%, passando de 2.880 (em dezembro de 2003), para 6.274 (em agosto de 2004). No mesmo período, o número de unidades de saúde de atenção básica que atendem pacientes com hanseníase subiu apenas 23%, passando de 9.315 para 11.207 unidades.
Desde 2000, surgiram em média 40.000 novos casos da doença a cada ano, sendo que em 3.000 deles os pacientes já apresentavam deformidades físicas. Outro sinal de diagnóstico tardio é que 3,8% dos contaminados têm menos de 15 anos – e, provavelmente, pegaram a doença de algum adulto. A hanseníase deixa de ser contagiosa no começo do tratamento.
Até 15 de janeiro deste ano, 30.693 casos de hanseníase estavam sendo tratados no país. Isso significa uma média de 1,71 doente por 10 mil habitantes. A maior parte dos casos (41%) está na Amazônia Legal. Maranhão, Pará e Mato Grosso são os três estados com maior número de contaminados.