Gabriela Guerreiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Para Gilson Schwartz, coordenador do Comitê de Infra-Estrutura de Redes do Saber Global, as discussões do Saber Global, seminário encerrado hoje em Brasília, saíram da esfera teórica e passaram para a realidade com a criação do projeto Pipa, em Tibau do Sul (RN). Foi instalado na pequena comunidade um telecentro monitorado por pesquisadores da Universidade de São Paulo que apresentaram à comunidade o impacto das novas tecnologias na realidade local. Além de oferecer computadores, internet e outras tecnologias à comunidade, o principal objetivo do projeto Pipa é identificar novos talentos e formar líderes para toda a região.

Os participantes do seminário Saber Global realizarão nas próximas quinta e sexta-feiras do Saber Local, uma edição do evento na praia de Pipa, para que todos os especialistas na gestão do conhecimento conheçam de perto o projeto implementado no Nordeste brasileiro. "A principal conclusão do seminário vai aparecer na praia de Pipa. Vamos fazer várias oficinas práticas, discussões, para mostrar para o Brasil e para o mundo que tudo isso que discutimos teoricamente vai sair do papel. E também mostrar que é preciso financiar a cultura digital, e que essa cultura sirva para o saber local virar global", afirmou Gilson Schwartz.

Uma das líderes da comunidade de Pipa é Norma Lilian, que coordena um dos grupos gestores criados no projeto para discutir os impactos do turismo na região. Como a praia hoje é uma das mais visitadas do Brasil, a grande preocupação da comunidade era garantir os valores, a cultura e os bens acumulados em anos de história. "Nós éramos apenas 500 pessoas no início. Com a explosão do turismo, a cidade cresceu, e nós criamos o projeto para resgatar a cidade. Temos hoje uma moeda cultural que surgiu com o projeto Pipa e permite aos turistas comprar qualquer ingresso para atividades culturais por meio da internet", revelou Lilian.