Rosamélia de Abreu
Repórter da Rádio Nacional
Brasília - Na cidade de Orós (CE), a população carente se juntou para garantir renda e trabalho depois que a cultura de algodão foi arrasada pela praga do bicudo. Técnicos do Programa Produzir - Organização Produtiva de Comunidades Pobres, do Ministério da Integração Nacional, ajudaram a comunidade a escolher outra atividade para garantir o sustento.
No Açude de Óros, a população está criando tilápias com a instalação de 20 gaiolas. A expectativa é produzir na primeira safra 10 mil quilos de peixe. O pescador Antônio Kennedy disse que todo o peixe será aproveitado. "Vamos produzir filé, lingüiça e hambúrguer de peixe. A cartilagem vai virar farinha e o couro será vendido para fazer bolsa, sapato e cinto".
Iacira Leite Sidrim, coordenadora nacional do Programa Produzir, informou que neste ano 3.985 pessoas de 30 cidades brasileiras receberam orientação e treinamento para gerar emprego e renda. De acordo com ela, a idéia é facilitar a organização das comunidades carentes, que depois darão continuidade ao projeto sozinhas. "Nós organizamos a família em associações, conscientizamos sobre a importância de trabalhar em grupo. Depois, oferecemos treinamento e garantimos o acesso a financiamento bancário. Em seguida, é criado um comitê gestor das instituições parceiras do programa Produzir no município, que vai auxiliar o trabalho até que o grupo se torne auto-suficiente com seus recursos, com sua capacitação e com seu negócio montado", explica a coordenadora.
O Ministério da Integração Nacional vai investir, em 2005, R$ 7 milhões no programa Produzir para beneficiar 12,6 pessoas carentes de mais 70 cidades. O trabalho dos técnicos do ministério começa com a identificação de vocações econômicas de cada cidade, o treinamento das pessoas e a organização da produção. O objetivo é melhorar a qualidade de vida da população de regiões com focos de pobreza ou que apresentem atividades econômicas pouco dinâmicas, áreas prioritárias da Política Nacional de Desenvolvimento Regional.