Danielle Gurgel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A participação das mulheres no processo eleitoral e seus direitos foram temas da videoconferência "Lugar de Mulher é na Política", realizada nesta quarta-feira (15) em dez estados brasileiros. Para as participantes, a baixa participação e representação das mulheres na política indica atraso e falta de democracia. Em Brasília, o encontro foi promovido pela Bancada Feminina do Congresso e pelo Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea).
Para a representante da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Maria Laura Sales Pinheiro, "atualmente há um consenso sobre a necessidade de combate à discriminação e é responsabilidade pública propiciar políticas que eliminem os preconceitos no país". A maior parte do eleitorado brasileiro (51,18%) é composta por mulheres, mas elas não se candidatam tanto quanto os homens. Em 2004, as mulheres representam 9,47% das candidaturas, totalizando 1.495 candidatas em um total de 15.778 candidatos/as.
Maria Laura disse também que é responsabilidade da secretaria a revisão das leis que tratam da violência contra a mulher. Ela informou que há um grupo de trabalho bastante avançado em propostas nesta área, com a participação de vários órgãos do governo, do Judiciário e da sociedade civil. "Nós estaremos, ainda neste ano, apresentando à sociedade brasileira e ao Congresso Nacional o projeto de lei que discute o enfrentamento à violência doméstica contra a mulher", acrescentou.
Segundo integrantes do Cfemea, os partidos políticos não assumiram o desafio de estimular e contribuir substantivamente para a ampliação da participação política das mulheres. Elas consideram que o sistema e o processo político e eleitoral não favorecem a inclusão de segmentos sociais que estão excluídos, a exemplo das mulheres. Acreditam que a cultura brasileira patriarcal ainda permeia as relações sociais e políticas e que a escolha da prática política é ainda muito onerosa para as mulheres.