Jantar de Lula com oposição causa divergência entre parlamentares baianos

16/09/2004 - 20h14

Marcos Chagas, Gabriela Guerreiro e Nelson Motta
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – O jantar da última segunda-feira entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seis senadores do PFL, entre eles o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), continua repercutindo no meio político. Hoje, o presidente recebeu no Palácio do Planalto o deputado Nelson Pellegrino (PT), candidato à Prefeitura de Salvador e ex-líder do PT na Câmara. "Eu vou fazer um relato ao presidente Lula para que ele, mais uma vez, constate com quem ele está tratando", disse Pellegrino ao chegar ao Planalto.

O deputado fez críticas ao senador baiano e seu grupo político. Segundo ele, "está no DNA do senador Antônio Carlos Magalhães o binômio adesão-traição. Esse é o DNA do senador, ele adere, ele trai, e ele não vai mudar nunca", afirmou. Pellegrino também manifestou irritação com a realização do jantar, principalmente após imagens do presidente com os senadores pefelistas terem sido usadas em campanha pelo candidato do PFL à Prefeitura de Salvador, o senador César Borges.

Pellegrino questionou os reais interesses de Borges e ACM na aproximação com o Palácio do Planalto. Conforme narrou o deputado petista, durante a campanha eleitoral na capital baiana o candidato do PFL afirmou "que o presidente Lula não tinha feito nada por Salvador. Nos comícios do interior, o presidete Lula é atacado pelos aliados do senador Antônio Carlos Magalhães".

Procurado pela Agência Brasil, o senador do PFL respondeu às reclamações de Pellegrino. Segundo César Borges, a relação do grupo político de ACM com o governo no Senado sempre se pautou pelo respeito. Ele acrescentou que o grupo "sempre votou a favor de matérias do interesse do país". Borges disse, ainda, que o entendimento com as lideranças do governo é uma marca do senador Antônio Carlos Magalhães. "O inverso do que faz o PT na Bahia contra o PFL, que faz uma oposição pessoal, rancorosa e contra toda a iniciativa do partido, mesmo quando considerada boa para a população", afirmou. Borges ainda enfatizou que o diálogo com o presidente Lula é de "alto nível institucional" e corresponde ao que espera a sociedade brasileira e a população de Salvador.