Alessandra Bastos
Repórter da Agência
Brasília – Até 2007, todos os estados brasileiros e o Distrito Federal terão um Ponto de Cultura. O ministério da Cultura deverá investir R$ 175,8 milhões para que 1,7 milhão de pessoas possam produzir arte.
Hoje, o ministério divulgou os nomes dos 214 projetos aprovados que colocarão em funcionamento os Pontos de Cultura. O objetivo é criar espaços para o incentivo da cultura local e possibilitar que comunidades socialmente excluídas possam não apenas ter acesso à cultura, mas produzi-la.
"Na medida em que você forma, capacita, qualifica o povo lá da ponta, incluindo e fazendo com que ele saiba mexer com os instrumentos, desenvolve potenciais e cria bases para que a indústria, no futuro, se nutra porque você vai estar preparando técnicos e talentos para o cinema, televisão ou literatura", afirma o ministro da Cultura, Gilberto Gil.
As propostas contempladas são as mais diversas. Há projetos de povos indígenas (AC), comunidades ribeirinhas do São Francisco (AL), inclusão digital musical (BA), formação de platéia (CE), som das carnaubeiras (CE), cultura nas áreas de reforma agrária (ES), teatro de bonecos (DF), tambores de quilombo (MA), conhecimento cultural para preservar a floresta amazônica (PA), arte afro (PE), resgate da cultura camponesa (PR), educação na favela da Rocinha (RJ), oficina de teatro e circo (RJ), museu da favela da Maré (RJ), loja de artesanato (SC), tecnologia no Vale do Ribeira (SP), escola de samba e choro (SP) e tambores do Tocantins (TO).
Os estados com maior número de Pontos são: São Paulo (35), Bahia (26), Rio de Janeiro (26), Pernambuco (17) e Minas Gerais (16). Um dos projetos selecionados é do Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré. O complexo de 16 favelas do Rio de Janeiro pediu apoio para o Programa Rede de Memória, que trabalha a identidade local através do resgate da história das comunidades e formação de contadores de história. Sendo um Ponto de Cultura, "poderemos centralizar as atividades em um espaço mais adequado e dar maior acesso à comunidade para fazer a consulta, que estará mais bem organizada e terá um tratamento digital", comemora a diretora do Centro, Léa Souza da Silva.