Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro da Cultura, Gilberto Gil, e o secretário de Programas e Projetos do ministério, Célio Turino, choraram nesta quinta-feira ao lançar o programa Pontos de Cultura. Gil se emocionou ao pensar que "pequenas idéias podem trazer muito para o país, os Pontos serão como uma experiência cartográfica, um mapeamento cultural e sócio-econômico", disse o ministro.

Célio Turino não conseguiu terminar o discurso, "lembrei de imagens de alguns pontos que visitei, como a Favela da Maré (RJ), fiquei uma hora lá sem poder sair porque houve uma disputa no morro e quatro pessoas morreram. É o retrato do contraste brasileiro", afirmou.

Nesta primeira etapa, 214 projetos, entre 840 inscritos, foram selecionados. Eles colocarão em funcionamento o mesmo número de centros. O objetivo é criar espaços para o incentivo da cultura local e possibilitar que comunidades socialmente excluídas possam não penas ter acesso à cultura, mas produzir arte. Os estados com maior número de Pontos são São Paulo (35), Bahia (26), Rio de Janeiro (26), Pernambuco (17) e Minas Gerais (16).

Os Pontos de Cultura fazem parte do Programa Nacional de Cultura, Educação e Cidadania – Cultura Viva. Inicialmente, o nome era Projeto Cidade Aberta e os pontos se chamavam BAC’S. A diferença entre o antigo Cidade Aberta e o Cultura Viva é que os centros não serão construídos, mas terão espaços já existentes reaproveitados. "Queremos incentivar idéias já existentes ao invés de criar novas estruturas", explica Célio Turino.

O ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, também participou da cerimônia. Ele lembrou que os projetos do programa Primeiro Emprego que trouxeram melhor resultado tinham experiências culturais incluídas. "Cada real é potencializado quando os programas se casam", observou o ministro. Em cada Ponto de Cultura, 50 jovens receberão treinamento do Programa Primeiro Emprego e receberão uma bolsa mensal de R$ 150.