Depois de negociar 27 anos, Brasil vai exportar manga para o Japão

16/09/2004 - 17h30

Brasília, 16/9/2004 (Agência Brasil - ABr) - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, anunciou que o Brasil vai começar a exportar manga para o Japão nos próximos dias. Segundo Amorim, há 27 anos o governo brasileiro negociava a exportação do produto para o mercado japonês, que proibia o comércio da fruta por razões fitossanitárias.

O chanceler brasileiro acredita que em breve o governo brasileiro estará exportando para o Japão palmito e carne, produtos servidos hoje em almoço no Itamaraty oferecido ao primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi, que esteve no Brasil em visita oficial. O ministro japonês também manifestou interesse na importação do etanol brasileiro, informou Celso Amorim.

Amorim destacou a determinação dos dois países de fortalecer os laços bilaterais políticos, econômicos e sociais. "Está surgindo um ânimo novo entre o Brasil e o Japão. Há uma consciência de que o nosso relacionamento tende a ser fortificar". Ele explicou que nos últimos 30 anos o Japão deixou de investir no Brasil devido à conjuntura econômica que os dois países passaram.

Para fortalecer o comércio bilateral entre Brasil e Japão, o chanceler disse ser necessário retomar o contato entre os empresários. "Esse fato é que vai criar uma dinâmica entre os investidores e empresários para possibilitar o fortalecimento do comércio entre os dois países". Ele informou que, em sua visita ao Japão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou um forte desejo de levar em sua comitiva um grupo grande de empresários.

Lula mencionou a Koizumi, durante o encontro, a importância de os dois paises consolidarem um acordo sobre previdência social e também de ativação de escolas públicas brasileiras para atender aos brasileiros residentes naquele país.

No encontro, os dois países também decidiram trabalhar em conjunto para assegurar negociações produtivas rumo à sexta reunião ministerial, em Hong Kong, em dezembro de 2005, e reafirmaram o compromisso com a conclusão satisfatória da Rodada de Doha, o que facilitará a integração dos países em desenvolvimento no sistema de comércio multilateral. Ambos enfatizaram também a importância do fortalecimento da cooperação bilateral em matéria ambiental.