Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A luta de Roseana Garcia, viúva do prefeito de Campinas Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT, para investigar a morte do marido ganhou reforço com a criação de comissão especial no Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH).
A comissão vai analisar os desdobramentos do assassinato do prefeito. A Resolução nº 20, do ministro Nilmário Miranda, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, foi publicada na última sexta-feira (10), no Diário Oficial da União. "Acho que essa comissão vai me ajudar. Mas eu esperava mais do governo federal", disse Roseana.
A viúva quer que a Polícia Federal investigue o caso, pois não acredita que o prefeito tenha sido assassinado porque seu carro atrapalhou a fuga da quadrilha do seqüestrador Wanderson Newton de Paulo, o Andinho. "Eu não só acho, hoje tenho certeza", ressaltou. O prefeito foi morto em 10 de setembro de 2001.
Nilmário Miranda explicou que a comissão vai analisar o inquérito. "Analisar se o que foi apurado tem credibilidade, se não tem. Se não tiver, vai dizer o que é necessário fazer. Não pode haver dúvidas na sociedade e na família sobre o que levou ao assassinato do prefeito", disse. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) já havia constituído uma comissão, que deverá se juntar ao novo grupo.
A comissão será composta pelo conselheiro Humberto Espínola, pelo presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal da OAB, José Edísio Simões Souto, e por um representante do Ministério Público Federal. Segundo a resolução, legistas, peritos e outros profissionais poderão ser convidados a prestar colaboração à comissão. O prazo para conclusão dos trabalhos é de 90 dias, prorrogáveis pelo prazo que se fizer necessário. No final de suas atribuições, a comissão vai apresentar relatório ao CDDPH.
A comissão foi sugerida ao ministro Nilmário Miranda pela viúva de Antônio da Costa. Em encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Roseana Garcia solicitou que as investigações sobre o assassinato fossem reabertas. O presidente encarregou o ministro de se encontrar com Roseana Garcia para avaliar as providências que poderiam ser tomadas. O encontro foi realizado em São Paulo, no dia 24 de julho, quando o ministro Nilmário Miranda orientou que Roseana encaminhasse o pedido ao Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana.