Andréia Araújo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos (Ibep), Walder de Góes, disse que a resposta para as falhas no processo eleitoral brasileiro está na reforma política, principalmente na questão do financiamento público e do controle social. "Os partidos são nossas crianças, temos que investir neles. Esse investimento é muito importante", afirmou. Góes participou, na noite desta quarta-feira (15), do programa Diálogo Brasil, transmitido em rede de televisão pública para todo o país pelas emissoras Radiobrás (TV Nacional e NBR).
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio, Marcus Faver, também defendeu a reforma política. Ele reclamou da demora para aprová-la, o que classificou como falta de vontade política. "Enquanto não sai a reforma política, creio que nós todos devemos dar nossa contribuição. O tribunal busca novas interpretações para as leis a fim de selecionar os anseios que a demora da reforma causa".
Para Marcus Faver, o problema mais grave na legislação eleitoral brasileira é o grande volume de coligações. "No Brasil, não há como votar em um partido, pois está tudo misturado com as coligações", disse.
O conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral, José Eduardo Alckmin, também participou do programa. Ele disse que a lei brasileira é desapropriada. "A nossa lei permite que candidaturas de pessoas que cometem delitos como acidente de trânsito sejam negadas, mas que candidatos que cometeram crimes mais graves, como o de estupro, mas que ainda não foram julgados, possam se eleger. Alckmin lembrou a importância do voto nesses casos.
O presidente do TRE do Rio explicou que um candidato pode ter sua candidatura impugnada quando tiver cometido um crime, civil ou contra a administração pública, em que não caiba mais recurso. Ele informou que, no estado, cerca de 140 candidaturas foram impugnadas para as eleições de outubro, por diversos motivos, como analfabetismo, condenações criminais, desincompatibilização e filiação partidária. Os candidatos, segundo Faver, têm até o próximo dia 19 para recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).