Brasília, 28/4/2004 (Agência Brasil - ABr) - O crescimento do cinema brasileiro pode ser medido não apenas nas telas, mas na economia. Com mais recursos, mais filmes e maiores produções já é possível observar o aumento do número de empregos na área. Segundo o secretário do Audiovisual, os números demonstram melhorias no setor. "Se calcularmos toda a atividade audiovisual do Brasil, os postos de trabalho criados ao longo de 2003 superam em muito o número oficial de 2.900, para 114 filmes apoiados pelo Ministério da Cultura", afirmou.
Em 2000, o ministério apoiou a produção, por meio de editais da secretaria do Audiovisual, de 23 filmes, que geraram 986 empregos diretos. E em 2001, foram 67 filmes e 2 mil cargos criados. A expectativa é de que em 2005, a produção audiovisual gere 5 mil postos de trabalho diretos e outro tanto de ocupações indiretas. O secretário do Audiovisual, Orlando Senna, lembra que esses números se referem apenas às produções incentivadas pelo Ministério da Cultura e que para aumentar a geração de empregos, é necessário que o cinema continue crescendo.
O ministério quer apoiar, em 2004, a finalização de 40 a 45 longas-metragens, 200 a 300 curtas-metragens e o dobro desse número de vídeos. O que significa, pelo menos, 640 produções disponíveis para exibição ainda neste ano.
Os recursos orçamentários do ministério da Cultura aumentaram quase 70%, de 2003 para 2004. "Não podemos considerar que seja um número muito elevado porque a base disso é muito pequena", aponta Senna. Já o teto de capacitação nas leis de incentivo fiscal passou de R$ 160 milhões para R$ 400 milhões, "mas isso não significa que esses recursos sejam os ideais", ressalta.
Em 2002, os filmes brasileiros tiveram 7 milhões de espectadores. Já, em 2003, 22 milhões de pessoas foram ao cinema assistir a produções nacionais. Para o secretário do Audiovisual, a evolução na qualidade dos filmes começa a ser notada e também a melhoria na distribuição. Em dezembro do ano passado, o Brasil lançou o primeiro edital público de sua história para a distribuição de filmes. O edital da Petrobrás e do Ministério da Cultura, de R$ 4 milhões e 800 mil, está dando suporte ao lançamento de 29 filmes brasileiros. A idéia é lançar um próximo edital ainda este ano.
"A novidade do governo Lula na área do audiovisual é o fomento à distribuição e à exibição dos filmes brasileiros", destaca Orlando Senna, ao lembrar que "historicamente, com exceção dos Estados Unidos, os países emergentes dão atenção à produção do cinema e se esquecem do outro lado do processo".