Brasília, 29/4/2004 (Agência Brasil - ABr) - A meta de superávit primário de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB) estaria comprometida caso o governo reajustasse do salário mínimo acima dos R$ 260, argumentou o ministro do Planejamento, Guido Mantega, para justificar o aumento de R4 20 no salário mínimo. Ele ressaltou que o impacto previsto no orçamento de 2004, aprovado pelo Congresso Nacional no ano passado, para o aumento do mínimo era de R$ 3 bilhões, o que cobriria um salário mínimo de R$ 256. Com o esforço feito pelo governo para chegar aos R$ 260, a previsão de gastos aumentou para R$ 3,650 bilhões.
O governo contava anteriormente com o excesso de arrecadação para ampliar um pouco mais o valor do mínimo. "Nós esperamos para ver qual seria a receita deste ano, o excesso de arrecadação ao longo dos meses para darmos um aumento maior", disse Mantega. "Feitas as contas e computando a receita de março e abril chegamos à conclusão de que não daria para dar um aumento maior do que esse sem ameaçar as metas fiscais estabelecidas", explicou Mantega.
O ministro reafirmou que o governo não vai abrir mão da meta fiscal, como também aposta no crescimento econômico de 3,5% este ano e 4% no próximo como alternativa para geração de emprego e melhoria na renda do trabalhador. "O importante para a população brasileira é que nós tenhamos crescimento econômico. É que nós tenhamos uma onda de crescimento vigoroso no país. Para isso o governo precisa ter recursos para investimentos, baixar a taxa de juros, mobilizar a iniciativa privada".
O ministro comentou ainda o êxito do governo no ano passado, "ao debelar uma crise econômica muito grande e administrar um passivo enorme que nos foi deixado".