Revitalização do São Francisco depende da aplicação de pesquisas

26/03/2004 - 18h41

Juliana Cézar
Repórter da Agência Brasil

Brasília, 26/3/2004 - Nos próximos 15 anos, o Brasil receberá o apoio do Instituto Internacional de Manejo da Água (IWMI) para estudar formas de revitalizar a bacia do Rio São Francisco. O projeto faz parte do Programa Desafio em Água e Alimento, que envolve outras oito bacias espalhadas pelo mundo. Entre elas, a do Nilo, na África, a do Rio Amarelo, na China, e a dos Andes, em quatro países da América Latina.

Calcula-se que, em cinco anos, o Brasil receba do IWMI R$ 2,6 milhões em investimentos. O projeto prevê o mapeamento de quatro pólos da Bacia do São Francisco, a análise das potencialidades de desenvolvimento sustentável dessas regiões, a identificação dos principais pontos de poluição ou erosão e o melhoramento genético dos grãos e cereais plantados na área.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) ficou encarregada pelo IWMI de liderar o programa no país. A coordenação-geral está nas mãos do pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas (MG), Ricardo Brito. Para ele, os estudos são um primeiro e importante passo para a recuperação da bacia de 639,2 mil km². "Mas a revitalização efetiva só vai acontecer quando o governo utilizar as propostas de um projeto como este para agir", lembra Brito.

A Bacia do Rio São Francisco está presente em sete estados. Cerca de 16 milhões de pessoas vivem e trabalham nas margens dos rios que a formam. O desmatamento, a poluição e o uso inadequado da água na agricultura estão entre os principais problemas encontrados na região.