Comércio eletrônico cresce puxado pelas negociações entre empresas

26/03/2004 - 19h34

Fabiana Uchinaka
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O comércio eletrônico cresce 163% no negócio a consumidor e 107% no negócio-a-negócio. É o que mostra pesquisa divulgada pelo Centro de Informática Aplicada da Fundação Getúlio Vargas (CIA/FGV). Em 2003 foram movimentados US$ 4,5 bilhões no e-commerce - US$ 2,6 bilhões a mais do que no ano anterior - e US$ 12 bilhões no business-to-business – quase o dobro de 2002.

Segundo a pesquisa, o comércio eletrônico entre empresas já é utilizado em 4,94% das transações, sendo que o setor de comércio foi o que apresentou maior crescimento, com 65% de suas empresas utilizando a modalidade, principalmente nos processos relativos à cadeia de suprimentos.

O e-commerce, por sua vez, representou 2,08% das transações do comércio varejista. Nesse tipo de comércio, todos os setores apresentaram um alto nível de envolvimento com as vendas eletrônicas, com 70% a 75% das empresas utilizando a internet para negociar produtos e serviços.

Para o coordenador da pesquisa, Alberto Albertin, esses resultados demonstram que o nível de utilização do comércio eletrônico é razoável, principalmente nas aplicações já consideradas consolidadas, como serviços bancários, produtos de informática e livros. "Poderia ser maior se mais pessoas usassem a internet", diz.

Mesmo assim, acredita que hoje existe uma compreensão maior da realidade desse tipo de transação. "As empresas já usam tecnologia há muito tempo. Isso torna mais fácil o acesso a esse tipo de comércio e faz com que adesão grande. Hoje não apenas as empresas estão confiando e entendendo mais o comércio eletrônico, como o consumidor aprendeu que é uma ótima forma de fazer negócio".

Essa assimilação do comércio eletrônico levou as empresas a concentrar esforços em três direções: garantir um nível adequado de segurança e privacidade, alinhar seus esforços no ambiente digital com sua estratégia geral e garantir a melhoria de seu relacionamento com os clientes. Numa escala de zero a cinco, as empresas consultadas pela pesquisas deram nota à importância dos indicadores no comércio eletrônico. A maior nota foi para privacidade e segurança, que receberam 4,45. Alinhamento estratégico recebeu 4,25 e relacionamento clientes, 4,16.