Presidente da CUT afirma que R$ 1,5 bi para reestruturar carreiras é pouco

26/03/2004 - 12h32

Brasília, 26/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Governo se reuniram hoje para discutir a proposta salarial dos servidores públicos. A categoria acha pouco a proposta do governo que tem R$ 1,5 bilhão para a reestruturação das carreiras.

Segundo o presidente da CUT, Luiz Marinho, será necessário mais um acréscimo de R$ 1 bilhão. Além disso, o líder sindical não quer abrir mão de reajustes iguais para ativos e inativos. Marinho também disse que, se não forem atendidas as reivindicações, a única alternativa será a greve.

"Precisamos repor as perdas porque assistimos uma verdadeira campanha para desprestigiar os servidores e suas atividades ao longo dos anos", disse Marinho. A CUT também quer a mudança da data base dos servidores de 1º de janeiro para 1º de maio.

O ministro do Planejamento Guido Mantega, que participou do encontro com Marinho por determinação do presidente Lula, disse que esse governo tem seu objetivo de valorizar o funcionalismo e prestigiar os servidores, o que não aconteceu nos governos anteriores. "Estamos tentando fazer uma política salarial que valorize e revitalize as carreiras", afirmou Mantega.

Ele afirmou ainda que existem recursos disponíveis para um reajuste acima da inflação para a maioria das carreiras. Dentro da proposta do governo, teriam reajuste diferenciado entre as carreiras podendo em alguns casos alguns grupos de servidores receberem mais de 20% segundo cálculo do governo.

Para Mantega, não é produtivo um reajuste linear. O ministro disse que os servidores têm de considerar, além de R$ 1,5 bilhão, R$ 900 milhões quase totalmente utilizados na reestruturação das carreiras e mais R$ 500 milhões destinados à vale-alimentação e planos de saúde.

Quanto à questão da paridade de dar reajuste para inativos e ativos, o ministro disse que é preciso fazer os cálculos e que provavelmente eles não estarão prontos até o dia 30 de março, quando os servidores e o governo sentarão à mesa de negociação para discutir o reajuste. Marinho, por outro lado, não aceita os cálculos do ministro de incluir na proposta os valores destinados á alimentação e saúde, como verba destinada ao reajuste.