Brasília, 26/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - Já é possível fazer gratuitamente a cirurgia que cura a epilepsia. O Sistema Único de Saúde (SUS) possui hospitais credenciados em nove estados brasileiros e disponibilizou, no ano passado, cerca de R$ 8 milhões para a realização de 1.276 atendimentos.

A epilepsia é o mais comum dos distúrbios neurológicos. A doença é descrita como uma alteração temporária e reversível do cérebro, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos.

A crise convulsiva é a manifestação mais conhecida da doença, identificada como "ataque epiléptico". Nesse tipo de crise são comuns as contrações musculares em todo o corpo, mordedura da língua, salivação intensa e respiração ofegante.

A cirurgia é indicada para pacientes cujos sintomas não são controlados com medicamentos e consiste na remoção do chamado foco epileptogênico, parte do cérebro responsável pela anomalia.

De acordo com o médico Wagner Teixeira, especialista em cirurgias de epilepsia, de 20% a 30% dos pacientes são candidatos ao procedimento. "A cirurgia é simples na sua concepção, mas complexa na hora da realização, porque depende da localização exata do foco para que você possa retirá-lo", explica.

Por isso, antes do procedimento, é necessário fazer vários exames e testes neurológicos, além de uma avaliação psicológica. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 50 milhões de pessoas no mundo são portadoras da doença, cinco milhões só na América Latina e Caribe.