Andréia Araújo
Repórter da Agência Brasil
Brasília, 26/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - Mais de 7 mil trabalhadores rurais foram encontrados em situação irregular e 143 libertados em fazendas no estado do Rio de Janeiro. A informação foi dada hoje (26) pelo chefe da fiscalização da Delegacia Regional do Trabalho no estado, Paulo Sérgio de Ameida, que ontem comandou uma inspeção no municípios de Araruama, onde flagrou mais 14 trabalhadores escravos.
Durante inspeção de rotina do Ministério do Trabalho, o grupo de fiscalização do Rio encontrou os trabalhadores vivendo em situação de extrema pobreza. Segundo descreveu Almeida, a casa onde viviam os trabalhadores não tinha banheiro, energia elétrica e a água era imprópria para o consumo. O pagamento de R$ 112 era feito por meio de um vale que só poderia ser usado em compras em dois armazéns próximos a fazenda.
O chefe de fiscalização explicou que o trabalho escravo foi caracterizado nesse fato porque os trabalhadores só podiam gastar o pagamento em locais determinados pelo empregador. "Na verdade era uma situação em que as pessoas não tinham outra opção de vida se não a continuar presas por um ciclo econômico. O que eles recebiam eles não podiam gastar fora daquela mercearia."
Os trabalhadores escravos estavam em fazendas em Cabo Frio, Vassouras, Araruama e Engenheiro Passos.