Brasília, 27/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - Um ano depois de sua eleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva começará a decidir a questão da reforma ministerial a partir de hoje, quando completa 58 anos, e promete incluir o PMDB na direção de alguns ministérios.
Em uma entrevista ao programa "Bom-Dia Brasil", da TV Globo, o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, confirmou que o presidente deve se dedicar à questão da reforma ministerial de agora para frente. "O PMDB será incorporado ao ministério. O partido já está participando conosco nos estados, em outras funções. Mas nós queremos que ele se integre também ao ministério, para que a governabilidade fique mais sólida e consistente", disse o ministro.
Dulci destacou que, até agora, a maior vitória do governo Lula foi na área econômica. "No ano passado, o Brasil perdeu a estabilidade e a economia ficou muito desorganizada. A prioridade do governo nesses primeiros dez meses foi de recuperar a estabilidade econômica para depois crescermos de um modo sustentado. E isso limitou bastante o nosso trabalho social. Tivemos que fazer um contingenciamento de R$ 18 bilhões em todas as áreas", reconheceu, destacando que a esperança do governo é a de que o país cresça nos próximos cinco anos com uma taxa de 4% ou 5% ao ano. "Aí sim nós vamos conseguir gerar os empregos necessários em escala de massa, distribuir renda e fazer a inclusão social", afirmou.
Na entrevista, ao admitir que o governo precisa ter, no ano que vem, um desempenho social melhor do que teve neste ano, o ministro garantiu que neste segundo semestre a área social já está deslanchando. "O Programa Fome Zero já atingiu 1,2 mil municípios e beneficia 4,5 milhões de famílias", contabilizou Dulci. Ele destacou que o programa combina medidas emergenciais com estruturais. "Ele não apenas distribui alimentos, o que é muito importante para quem está passando fome, ele faz cisternas domiciliares, alfabetização de adultos; então os resultados são bons neste momento", comentou.
Segundo Luiz Dulci, o governo trabalha para cumprir a promessa de criar dez milhões de empregos e dar a todos os brasileiros três refeições por dia. "Vamos fazer todo o esforço para cumprir. Mas é claro que as medidas econômicas demoram um pouco para dar resultado no terreno do emprego. Em geral, cada medida econômica leva seis meses para ter impacto na questão do emprego", disse, lembrando o compromisso de campanha do presidente de fazer com que os 50 milhões de brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza tenham as suas necessidades básicas atendidas.