Brasília, 24/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Banestado, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), e o relator, deputado José Mentor (PT-SP), decidiram hoje solicitar a prorrogação dos trabalhos da comissão por mais seis meses, o que levará os trabalhos até abril de 2004.
Antero Barros e José Mentor justificam que existem ainda muitas pessoas a serem ouvidas, documentos que precisam ser melhor examinados, inclusive muitos que foram conseguidos nos Estados Unidos, além de subcomissões que precisam ser formadas para tomar os depoimentos de mais de 40 pessoas que se encontram presas, entre as quais João Arcanjo Ribeiro, o "Comendador", e dois participantes do chamado "propinoduto", Reinaldo Pitta e Alexandre Martins.
A CPI do Banestado reuniu-se hoje para ouvir, em sessão secreta, três funcionários do Banco do Brasil, que trabalharam na agência em Foz do Iguaçu, na fronteira com Ciudad del Leste, no Paraguai. Os três funcionários foram convidados para explicar como funcionou, entre 1996 e 2002, o esquema de utilização das contas CC-5 (para brasileiros residentes no exterior ou empresas no exterior) para o envio ilegal de recursos em dólar para a agência em Nova Iorque do Banestado.
Antonio Araújo dos Santos, da área de valores; Theógenes Silva Rocha de Oliveira, da área internacional, e Luiz Antonio Paganini, ex-gerente da agência, compareceram na qualidade de consultores para esclarecer à comissão o funcionamento do esquema de lavagem de dinheiro e envio ilegal de divisas para o exterior. Nesse sentido, e para deixar os funcionários mais à vontade, inclusive para declinar nomes quando necessário, o senador Antero Paes, em comum acordo com o deputado José Mentor, decidiu transformar em sessão secreta.