Recife, 23/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - O filme Amarelo Manga, do diretor pernambucano Cláudio Assis, que aborda a temática dos excluídos da sociedade, já foi visto por dez mil espectadores da capital, em apenas seis dias de exibição, a preço de R$ 1,00 no Teatro do Parque.

Na opinião de Cláudio, o comparecimento maciço do público ao Teatro do Parque para prestigiar o filme é motivo de alegria, orgulho e comemoração. Ele disse que o sucesso é consequência do trabalho de equipe, que envolveu cerca de trezentas pessoas, incluindo um mendigo, em cinco semanas de filmagens por Recife, Olinda, Carpina e Cabo de Santo Agostinho.

O diretor afirmou que o povo gosta de cinema, mas que o alto custo da entrada nas salas comerciais de exibição, somado ao preço do transporte para chegar lá, inviabiliza o entretenimento.

Ele defendeu a democratização, pelo governo federal, do acesso do público à diversão, ampliando o número de salas de exibição e cobrando preços simbólicos, principalmente no interior.

Cláudio disse, animado, que já tem definido, com roteiro e locação, o próximo projeto, um documentário sobre o período de sebastianismo (denominação dada à crença na volta de D. Sebastião (1554-1578), rei de Portugal, que desapareceu numa batalha na África)
no Brasil, a ser rodado na Bahia, Pernambuco, Ceará e Maranhão.

O Teatro do Parque funciona como cinema desde 1948 com três sessões por dia, três dias por semana.

De acordo com o diretor do Teatro, Marcos Henrique Lopes, o projeto de popularizar o ingresso existe há nove anos, por meio de convênio asinado com a Fundação de Cultura da Cidade do Recife.

Lopes informou que o cinema do Parque recebeu, neste ano, um público de 115 mil espectadores, dos quais 85 mil para assistir filmes nacionais. A película que mais atraiu o público foi "Cidade de Deus", com 31.946 espectadores, seguido por "Carandiru", com 28 mil e "Deus é Brasileiro", com 18 mil.