Nelson Motta
Enviado Especial
Nova York - O secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci, classificou ontem como muito boa a repercussão da proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seu discurso na ONU, de criar um comitê no âmbito das Nações Unidas, com a participação de chefes de Estado e de Governo, para combater a fome e a miséria no mundo.
Segundo Dulci, essa repercussão é positiva e partiu de vários presidentes e embaixadores de países da ONU. Isso aconteceu, segundo o ministro da Secretaria-Geral, por se tratar de um comitê de chefes de Estado e de Governo, mas que não trabalharia em paralelo com a Organização das Nações Unidas, pois estaria dentro da organização. "Isso fortalece muito a ONU. Agrega autoridade política e representatividade. E a ONU deseja muito isso hoje, deseja muito respaldo para cumprir a sua missão", destacou Dulci.
A Noruega e a Suécia, segundo o ministro Luiz Dulci, já se manifestaram a favor e ambos estão dispostos a dar "contribuições expressivas" para que esse fundo funcione. "Propostas existem, como disse o presidente Lula. Só que elas não estavam funcionando. Fundos existem, mas ninguém depositava. Então os fundos perdiam sentido. O que pudemos perceber é que há vários países, países com governo de esquerda, mas também países com governos conservadores até, que se dispõem a contribuir para que esse Fundo de Combate à Fome tenha, a partir de agora, vigência e dê o salto de qualidade que o presidente propôs no combate à fome", disse Luiz Dulci.
Luiz Dulci ressaltou, porém, que essa proposta de criação do comitê só faz sentido se for implementada com agilidade. "O presidente Lula, antes de voltar ao Brasil, vai conversar com o secretário Kofi Annan, exatamente sobre a concretização dessa proposta. Há países querendo doar, e doar quantias expressivas, há grandes empresas do mundo querendo doar, há personalidades importantes, inclusive artísticas, querendo contribuir. Então, a definição precisa ser muito rápida, para que todo esse entusiasmo que a proposta do presidente Lula despertou não seja perdido, não se perca por excesso de burocracia", ressaltou Dulci.
Ainda de acordo com o secretário-geral da Presidência, a grande novidade da proposta do presidente Lula anunciada na ONU é justamente a de criar um comitê de chefes de Estado e de governo de todos os continentes, que vai se engajar diretamente para concretizar a proposta do Fundo. "Proposta de fundos já existiam, só que da maneira que o presidente Lula propôs, importantes líderes mundiais estarão diretamente comprometidos a fazer essa proposta se tornar realidade. Ela se tornou muito mais prática, mais eficaz do que já era na sua versão original", concluiu.