Busca da excelência é meta constante do técnico Bernardinho

24/09/2003 - 9h32

Brasília, 24/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - Há menos de três anos como técnico da seleção masculina de vôlei, Bernardo Rocha de Rezende, mais conhecido como Bernardinho, já entrou para a história como o mais bem sucedido no vôlei brasileiro. Os números comprovam: desde que assumiu a seleção, no início de 2001, a equipe acumula triunfos. Dos dez campeonatos disputados, chegou à final em todos. Foram apenas duas derrotas. A conquista considerada mais importante é a do Campeonato Mundial em 2002, um título inédito para o Brasil.

A receita de tanto sucesso? Garra, vontade de fazer acontecer, humildade e muita paixão, revelou Bernardinho, em palestra, nesta terça-feira à noite, em Brasília. "A vontade de se preparar tem de ser maior do que a vontade de vencer, em todos os momentos da vida", afirmou.

A busca da excelência, tema da palestra, é meta constante do técnico da seleção masculina de vôlei. Mas ressaltou: "a vida nem sempre é feita de sucessos. O nosso compromisso não é ganhar, é continuar fazendo". Explicou que, no mundo do esporte, é comum se ter momentos altos e baixos, e o torcedor precisa compreender.

Durante os jogos, a regra número um dos atletas é não olhar constantemente o placar. "Cada ponto deve ser alcançado como se fosse o último, cada jogada deve ser feita como a última oportunidade e cada minuto como o último da partida".

Sobre espírito de equipe, ele disse ser essencial para obter vitórias. "Uma equipe só funciona bem com integração, esforço e respeito mútuo de todos os integrantes".

Bernardinho fez sua estréia como treinador de equipes em 1990, na Itália. No Brasil, sua primeira atuação foi na seleção feminina, em 1993. Em 1994, o time ficou em segundo lugar no Campeonato Mundial e ganhou o Grand Prix, título conquistado novamente em 1996 e 1998. Em 1995, foi vice-campeão na Copa do Mundo. Em 1996, a seleção feminina de vôlei conquistou medalha de bronze nas Olimpíadas de Atlanta e, em 1997, venceu o Sul-Americano e a eliminatória para o Mundial, além de ter ficado em terceiro na Copa dos Campeões. O time se classificou, em 1998, em quarto lugar no Mundial, no Japão.

Na seleção masculina, conseguiu, no seu ano de estréia, o título da Liga Mundial e o lugar mais alto do pódio no Sul-Americano, na Colômbia, e na Copa América, na Argentina. Em 2002, ganhou prata na Copa dos Campeões.

Bernardinho também fez história como jogador. Foi integrante da "Geração de Prata", grande responsável pela popularização do vôlei no país.

A vontade de trabalhar e vencer continua forte no coração do ex-atleta. A cada dia, os treinos são como se fossem os últimos. As palavras iluminam os jogadores em quadra. A inspiração vem de dentro e contagia toda a torcida. Determinação, garra e paixão: palavras tão importantes como todos os integrantes da Seleção Masculina Brasileira de Vôlei.