Brasília, 21/08/2003 (Agência Brasil - ABr) – O Brasil recebeu, no mês de julho, o maior volume de investimentos estrangeiros diretos do ano. Entrou no país US$ 1,247 bilhão, dos quais US$ 817 milhões se referem a conversões de parte da dívida externa, conforme revelou hoje o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, ao divulgar relatório mensal do setor externo.
Esse comportamento de maior confiança dos investidores internacionais no Brasil possibilitou superávit mensal de US$ 112 milhões no balanço de pagamentos, segundo Altamir. As transações correntes apresentaram superávit de US$ 744 milhões, enquanto a conta financeira teve saídas equivalentes a US$ 731 milhões. No mesmo mês do ano passado, o balanço de pagamentos registrou déficit de US$ 2,393 bilhões.
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Os investimentos estrangeiros em carteira registraram amortizações líquidas de US$ 221 milhões e os investimentos líquidos em ações somaram US$ 112 milhões. Houve amortizações, também, de US$ 332 milhões em títulos de renda fixa, e US$ 281 milhões em "notes e commercial papers", além de US$ 64 milhões em operações com títulos de curto prazo.
De acordo com Altamir, o crédito comercial de fornecedores somou financiamentos líquidos de US$ 765 milhões, em decorrência dos créditos líquidos de curto prazo, no valor de US$ 806 milhões. O BC registrou, ainda, pagamentos líquidos de US$ 199 milhões a organismos multilaterais, US$ 286 milhões a agências governamentais e US$ 112 milhões a compradores.
Em relação à dívida externa, o economista do BC revelou que os registros de maio indicam dívida total de US$ 216,926 bilhões. Aumento de US$ 1,6 bilhão (0,8%) em relação à posição do mês anterior. Do total, US$ 195,521 bilhões correspondem a dívidas de médio e longo prazos, que cresceram US$ 2,8 bilhões, enquanto US$ 22,405 bilhões são endividamentos de curto prazo, reduzidos em US$ 590 milhões no mês.
As reservas internacionais também registraram boa performance no mês passado, e caíram apenas US$ 311 milhões. As reservas somaram US$ 47,645 bilhões no encerramento de julho, contra US$ 47,956 bilhões no mês anterior. Volume que já evoluiu para US$ 48,290 bilhões no fechamento de ontem, conforme acompanhamento diário do Banco Central.