Alline: do interior do Amazonas para o Brasil

21/08/2003 - 11h47

Brasília, 21/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - Ela tem apenas 16 anos e é a caçula das finais da Liga Nacional feminina de vôlei, que acontece em Brasília. Nascida em Rio Preto da Eva, cidade de 12 mil habitantes, a 80 quilômetros de Manaus, a atacante, da Associação Atlética CIEC,Alline de Oliveira, 1,83m, começa a caminhada atrás de um sonho. "Quero defender a seleção brasileira", afirmou a jogadora. E o primeiro passo foi dado logo cedo. Alline, que começou a jogar vôlei na rua, em frente à casa de sua avó Ivone, saiu de Rio Preto da Eva com apenas 12 anos.

"O meu pai sempre trabalhou em Manaus e começou a procurar peneiras em alguns clubes da capital. Há quatro anos, fiz o teste para o clube São Sebastião e fui aprovada. Dois anos depois, passei a jogar pelo CIEC onde estou até hoje", contou a atacante, que mora em Manaus com sua tia Gorete.

Há duas semanas, Alline foi um dos destaques do Campeonato Brasileiro Infanto-Juvenil de Seleções da 2ª divisão, em São Luís (MA). Ela ajudou a seleção amazonense na conquista da
medalha de prata na competição. Segundo a atacante, agora, na Liga Nacional, o fato de ter que enfrentar jogadoras mais velhas é ainda mais motivador. "É muito bom participar dessa competição e poder conhecer todas essas jogadoras. Sei que vai ser difícil, mas estou gostando.
Só não gostei de ter perdido hoje", disse, com ar de reprovação. A Associação Atlética CIEC perdeu na estréia para o Enlace/Esamc (MG), por 3 sets a 0.

Não é difícil encontrar exemplos de meninas com o mesmo sonho de Alline na Liga Nacional. A maioria das equipes participantes conta com jogadoras juvenis que buscam a oportunidade de estar entre as melhores do país. No entanto, a competição também revela casos como o da meio-de-rede da Assembléia Paraense, Eliana Catarina, a jogadora mais velha da competição. Com
42 anos, Cata, como é conhecida, vive um caso de amor com o esporte. "Eu sou apaixonada pelo voleibol. É isso que me motiva até hoje", declarou a capitã da equipe paraense. "Gosto de estar
nesse meio, de conhecer pessoas legais. É muito bom participar disso aqui", completou

Essa satisfação pode ser comprovada dentro de quadra, onde a jogadora lidera as suas companheiras de equipe. Ela grita, vibra e acalma. Algumas vezes, é capaz de falar durante quase todo tempo técnico, sempre com a total atenção das jogadoras mais novas. "Esse é um time amador, ninguém recebe e todo mundo aqui joga porque gosta muito. É natural que as meninas acabem me procurando para conversar. Estou aqui para ajudar", disse a meio-de-rede. Nascida em Belém, Cata já passou por clubes como a AABB de Brasília (DF) e o Flamengo (RJ). Hoje, além de treinar com a Assembléia Paraense, ela dá aulas de vôlei para a categoria pré-mirim.