Stédile diz que saques do MST são problemas localizados

02/07/2003 - 10h47

Brasília, 2/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - Líderes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) informaram, há pouco, no Palácio do Planalto, que não há uma onda de saques no país e sim problemas localizados em lugares onde as famílias assentadas estariam passando fome. O coordenador do MST, João Pedro Stédile, negou que haja decisão do movimento em relação ao aumento de invasões e de saques. Os problemas ocorridos ontem em Pernambuco, quando lavradores saquearam caminhões e mantiveram os motoristas reféns, foram caracterizados por Stédile como um problema localizado.

Stédile comparou o MST a um time de futebol e disse que o movimento vai derrotar os latifundiários. Acrescentou que o governo joga no time do MST. Ele não quis adiantar detalhes da pauta a ser discutida na reunião com o presidente para, como explicou, não comentar o final do filme. Mas demonstrou otimismo e afirmou que se trata de um encontro histórico.

Participam da audiência 30 representantes do MST de todos os estados. Eles trouxeram para o presidente uma bola de futebol, costurada por filhos de assentados que estudam numa escola técnica de Veranópolis (RS), além de uma cesta com doces, geléias e vinhos produzidos nos acampamentos. "Nós queremos mostrar que a reforma agrária é a principal forma de acabar com a fome no Brasil", afirmou Stédile.