Brasília, 02/07/2003 (Agência Brasil - ABr) - Os líderes do Movimento dos Sem-Terra (MST) deixaram agora há pouco a reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva otimistas quanto à realização de uma reforma agrária ampla e massiva no país, já a partir deste segundo semestre. Eles qualificaram o encontro como altamente produtivo e prometeram levar aos trabalhadores rurais uma mensagem de esperança para aliviar as tensões no campo. "Saímos confiantes. Agora sai (a reforma agrária): essa é a palavra de hoje que levaremos aos nossos assentamentos, acampamentos e bases", disse Gilmar Mauro, coordenador nacional do movimento.
O MST apresentou uma ampla pauta de reivindicações ao presidente e conseguiu do governo a garantia da realização do levantamento de todas as terras públicas que podem ser desapropriadas no país. O movimento também notou no presidente a disposição de desburocratizar o processo de desapropriação de terras. Outros avanços saudados pelo MST foram o compromisso do governo de fortalecer o Incra e o estudo para a criação de um crédito especial para a reforma agrária.
Apesar dos avanços e do clima de otimismo, os líderes do movimento evitaram assumir compromissos com o fim das invasões, alegando que elas fazem parte da estratégia de luta dos trabalhadores rurais, como forma fazer acelerar as mudanças. Segundo Gilmar Mauro a luta social não pode parar, mesmo em se tratando de um governo aliado e é possível que, sempre que for necessário, haja novas invasões, marchas e ações contra os latifúndios. "Não discutimos trégua, nem que não vai haver ocupações. Se elas acontecerem, não afrontam o compromisso construído com o presidente", ressalvou o dirigente.