Governo atuará em bloco na defesa do meio ambiente

02/07/2003 - 10h52

Brasília, 2/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse hoje no programa "Bom dia Brasil", da TV Globo, que pela primeira vez na história do país haverá uma ação integrada do governo para a proteção ambiental. Logo mais às 14h30, na Casa Civil da Presidência, será realizada a primeira reunião ministerial do Governo para o planejamento de uma megaoperação voltada para o controle de queimadas florestais, sobretudo na Amazônia.

Participarão da reunião os Ministérios do Meio Ambiente, Casa Civil, Ciência e Tecnologia, Reforma Agrária, Agricultura, Transportes, Integração Nacional e Defesa.

Marina Silva explicou que agora o seu Ministério não estará sozinho à frente da gigantesca responsabilidade de proteger o meio ambiente. Doravante, por exemplo, não se construirá mais estradas sem medidas compensatórias, como a criação de unidades de conservação. Isso evitará o que ela qualificou de esquizofrenia governamental. "Quando você faz uma estrada, tem que demarcar as áreas indígenas e definir programas de investimentos para que os produtores façam suas ações com qualidade ambiental", explicou.

Questionada sobre a permissão legal para que o proprietário desmate apenas 20% da área cultivável, a ministra disse que desde a posse assumiu a postura determinada de fazer cumprir a lei. Amparada em moderno sistema de informação disponibilizado pelo ministro da Ciência e Tecnologia, o governo conseguiu assim evitar a devastação de 150 mil hectares de florestas no município de Lábrea (AM). No Mato Grosso, conseguiu também impedir que fossem derrubados 17 mil hectares de florestas.

A ministra informou que está sendo criado um sistema integrado para fazer licenciamento ambiental em propriedades rurais na Amazônia Legal. Esse sistema será dotado de uma base de infra-estrutura capaz de fornecer informações atualizadas, imagens de satélite, base fundiária de desmatamento e queimadas. Com esse processo, destacou Marina, poderá ser feita uma frente de atuação de forma preventiva e pró-ativa para coibir as ações criminosas na Amazônia.

Marina Silva destacou a necessidade de se combinar ações de governo para o desenvolvimento sustentável. Isso inclui um sistema de crédito que valorize o uso das áreas já desflorestadas. Na Amazônia, existem 600 mil quilômetros quadrados desflorestados e, conforme a ministra, é preciso investimento para que essas áreas voltem a ser produtivas.