Fusão Varig-Tam só depende de revogação de liminar, diz especialista

02/07/2003 - 18h17

São Paulo, 2/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - O porta-voz do Banco Fator - contratado para estruturar a fusão da Varig com a Tam -, Roberto Muller, disse que as negociações para a assinatura do contrato estão bem adiantadas e a oficialização só depende da revogação da liminar carioca, que cessou todas as ações realizadas até o momento.

A especialista em fusões e aquisições da Consultoria Tendências, Amaryllis Romano, acredita que quem mais ganha com a fusão é o consumidor. Já os credores terão, sim, algum prejuízo. "Quando você sanea as empresas, se criando uma terceira, é possível sair como se o passado tivesse sido zerado", disse.

A fusão, para a economista, "é inevitável, porque não tem outra maneira de ser". As dificuldades judiciais criadas por algumas instituições, como a liminar concedida pela justiça do Rio de Janeiro, tem como preocupação principal a manutenção dos empregos. "Só que as duas empresas [Varig e TAM] não têm condições de manter os trabalhadores, porque daqui a pouco elas não vão ter dinheiro para pagar", observou a economista.

Questionada sobre a afirmação do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carlos Lessa, de que não haveria recursos do governo para a dívida das empresas, a economista disse que "seria até interessante se isso de fato acontecesse, porque essa não é a história que a gente conhece". Segundo ela, os credores sairão com perdas. "Eu não acredito que vá ter uma perda do valor total, mas alguma coisa vai. [A fusão] É um processo complicado, onde todo mundo tem que arcar com um pouquinho, sim", analisou.

Liésio Pereira e Marli Moreira