Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Com o temor da violência nos últimos dias no Rio de Janeiro e o incêndio de mais de dez ônibus desde o último domingo (21), várias empresas de transporte coletivo estão reduzindo a frota nas ruas. Na madrugada de hoje (25), poucos ônibus circularam pela cidade, deixando os pontos lotados principalmente no subúrbio do Rio e na Baixada Fluminense. Durante a manhã os ônibus voltaram a circular, mas não com toda a frota, pois o tempo de espera nos pontos foi maior do que o habitual.
"Cheguei no ponto de ônibus às 7h, no horário de costume para o trabalho, mas o ônibus só passou quase uma hora depois e muito cheio. Aí cheguei superatrasado no trabalho, no centro da cidade", contou o entregador de documentos Sandro de Assis Oliveira, morador de Vila Isabel, na zona norte.
Segundo relato de motoristas, vendedores e passageiros no Terminal Rodoviário Américo Fontenele, na Central do Brasil, aonde chegam os ônibus da Baixada Fluminense, os transportes começaram a parar de funcionar por volta das 22h de ontem (24). Cartazes afixados nas pilastras do terminal informam que "os serviços de ônibus vão ser encerrados às 22h". Despachantes das empresas que chegaram atrasados ao trabalho por causa da falta de ônibus na madrugada disseram que a volta da circulação dos coletivos na madrugada depende do que ocorrer durante a dia, pois, segundo eles, os funcionários estão com medo dos ataques na cidade.
A faxineira do terminal Claudia Márcia, moradora de Bangu, na zona oeste do Rio, disse que pela manhã não havia ônibus em circulação na hora de ir para o trabalho.
“O funcionamento não está normal, o pessoal que trabalha está com medo, porque a gente sai para trabalhar e não sabe se vai voltar. Primeiro porque não tem condução, a gente vai andando até a estação de trem, mas está tudo atrasado e estão pondo fogo nas conduções”, disse.
O ponto das vans, também na Central do Brasil, no entanto, está funcionando normalmente. Mas o motorista Aroldo Alves disse que os funcionários estão com medo, porque duas vans foram incendiadas.
“A gente já sai de casa apreensivo, com medo do que está acontecendo nas ruas, porque a gente faz o trajeto da Rodovia Presidente Dutra, que é onde mais acontecem assaltos e incêndio de carros. Estão queimando direto na altura do Jardim América. Estamos cumprindo o horário normal, mas todo mundo está com medo.”
O diretor de Comunicação e Marketing da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), João Augusto Monteiro, afirmou que a entidade não recebeu nenhuma informação de paralisação das frotas no estado. Ele afirmou que as empresas podem somente fazer alterações pontuais no percurso, por causa de vias eventualmente fechadas pela polícia.
“Não há qualquer orientação para que a frota seja reduzida ou que [os ônibus] tenham os seus itinerários modificados em função disso. As empresas estão em contato permanente com as autoridades, no sentido de assegurar o deslocamento das pessoas. A expectativa é que hoje esteja perfeitamente normalizado, a gente tem que compreender que ontem foi um dia bastante atípico”, afirmou.
Monteiro lamentou que um motorista tenha sido atingido por uma bala ao tentar reagir à ação de criminosos, que exigiram que ele deixasse o ônibus e colocaram fogo no veículo. O fato aconteceu na noite de ontem na Avenida Brasil e o motorista não corre risco de morrer. "Os funcionários são treinados para ter calma e tranquilidade para lidar com esse tipo de situação", enfatizou o diretor da Fetranspor.
Edição: Juliana Andrade
Paulo Virgílio
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A intensa colaboração da população do Rio com a polícia no enfrentamento da onda de violência no estado pode ser medida pelo aumento no número de ligações para o serviço Disque-Denúncia. Desde sua criação, em agosto de 1995, a central de atendimento quebrou, hoje (25), o recorde de denúncias cadastradas em um único dia: 853. De domingo (21) até a manhã de hoje (25), foram 571 denúncias relacionadas, exclusivamente, com os eventos criminosos e atentados provocados pelo tráfico, como arrastões e incêndio de veículos. Os dados foram divulgados hoje pelo Disque-Denúncia.
Um exemplo de ação policial bem-sucedida com base nas informações recebidas pelo Disque-Denúncia ocorreu na manhã de hoje, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Policiais do 39° Batalhão da Polícia Militar encontraram armas no endereço fornecido por um denunciante. No local, eles apreenderam um fuzil, duas metralhadoras, três pistolas PT 40, quatro pistolas 9 milímetros e cinco pistolas PT 380. Também foram presos dois suspeitos.
O recorde superou o número de ligações telefônicas recebidas em um único dia. Segundo o governo do estado, outras ocorrências que motivaram grande número de ligações foram a morte do menino João Hélio Fernandes, 6 anos, em fevereiro de 2007; o episódio que ficou conhecido como chacina da Baixada, em que 29 pessoas foram mortas por policiais militares em março de 2005, e o assassinato do jornalista Tim Lopes na favela da Vila Cruzeiro, Complexo do Alemão, em junho de 2002.
O Disque-Denúncia funciona 24 horas por dia por meio do número 2253-1177. O serviço garante o anonimato do denunciante.
Edição: Lílian Beraldo
Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou hoje (25) o lançamento da moeda comemorativa aos 300 anos da fundação da Vila Rica do Pilar do Outro Preto. A cidade mineira foi o primeiro município brasileiro declarado patrimônio da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
A moeda de prata é voltada a colecionadores e tem o valor de R$ 5. Um dos lados tem a ilustração da arquitetura da cidade com casarios antigos, destacando a Igreja de São Francisco de Assis ao centro e a de Nossa Senhora das Mercês e Perdões à esquerda.
A tiragem inicial é de 2 mil unidades, com previsão máxima de 10 mil moedas, que começam a circular em meados de 2011.
Edição: Talita Cavalcante
Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo ainda estuda de qual setor vai tirar no Orçamento da União recursos para o pagamento de procedimentos de média e alta complexidade de 2010 e de medicamentos de alto custo. Hoje, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, se reuniu com os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Paulo Bernardo (Planejamento) para pedir a liberação de cerca de R$ 1 bilhão para o orçamento da saúde.
“Os recursos são para fechar os compromissos de 2010, a conversa foi boa e conseguimos montar uma equação. É uma questão da Fazenda e do Planejamento saber como esses créditos vão ser autorizados para aumentar em R$ 1 bilhão o empenho do ministério”, disse Temporão.
Segundo ele, o problema é que a liberação de alguns créditos está sujeita à votação no Congresso Nacional. Ele disse ainda que como o fim do ano está próximo, quer deixar todos os compromissos acertados para que o próximo governo possa iniciar o ano com as contas equilibradas.
O ministro não quis comentar sobre a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Temporão reafirmou que essa questão é do Congresso Nacional e do novo governo.
Sobre a austeridade anunciada pela nova equipe econômica, o ministro afirmou que o Ministério da Saúde já tem como missão cortar gastos. De acordo com ele, a maior parte de custeio da área é de transferências dos fundos para estados e municípios para o financiamento de internações, consultas e exames para ações de atendimento à população.
Outro conjunto de gastos, lembrou ele, é com a assistência farmacêutica. Esses medicamentos são produzidos por laboratórios que detêm o monopólio protegidos por patentes e têm altos custos para doenças crônicas. “Isso nós fazemos permanentemente, negociando preço. É sempre fazer mais e melhor. Está bastante adequado e ficou bastante claro nas palavras da futura Ministra do Planejameto, Miriam Belchior”, disse.
Temporão, porém, lembrou que a equação de receitas e despesas da Sáude é mais complexa. Porque existe a necessidade de investimentos fortes na gestão dos gastos, é preciso discutir a questão do “subfinanciamento crônico” do setor. “É um problema que interessa a todos. Não só ao governo federal, a governadores e prefeitos e a sociedade”,
Edição: Talita Cavalcante
Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Interlocutores da equipe de transição disseram hoje (25) que deverão ser anunciados na semana que vem os nomes dos futuros chefes da Casa Civil, da Secretaria-Geral, do Gabinete de Segurança Institucional e da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República.
Ontem (24), foram divulgados os nomes que vão compor a equipe econômica no governo Dilma Rousseff. O atual ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi confirmado no cargo, a coordenadora do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Miriam Belchior, vai comandar o Ministério do Planejamento, e Alexandre Tombini, um dos atuais diretores do Banco Central, presidirá a instituição.
A presidenta eleita deve passar o fim de semana dedicando-se a conversas internas para completar a equipe de governo. Não está descartada, no entanto, a possibilidade de divulgação pelo ministro Guido Mantega dos nomes dos futuros titulares do segundo escalão da equipe econômica.
Edição: Nádia Franco
Luana Lourenço*
Enviada Especial
Belém (PA) - O modelo de desenvolvimento para a Amazônia que considerava a floresta como um obstáculo para o crescimento econômico da região está ultrapassado, mas a consolidação de alternativas sustentáveis precisa de investimentos permanentes. “Não podemos voltar ao modelo antigo, do desmatamento, que não deu certo. Temos que olhar um novo modelo e dar escala a ele”, defendeu hoje (25) o pesquisador do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) Adalberto Veríssimo durante encontro anual do Fórum Amazônia Sustentável.
O ex-governador e senador eleito pelo Acre, Jorge Viana (PT), disse que sem uma “economia florestal”, nem a tendência de queda do desmatamento da região será revertida em benefícios para os moradores da região. “Com a queda do desmatamento pode ser que a vinda de recursos fique ainda mais escassa, porque diminuirá a pressão da sociedade. Ainda é muito fácil captar recursos para projetos insustentáveis. O crédito está no século passado”, comparou.
Viana defendeu mudanças na legislação para dar escala a investimentos sustentáveis e aumentar as compensações que os estados da região recebem pelo uso dos recursos naturais.
“Temos que trabalhar para que quem vive das cidades também se beneficie do uso de recursos naturais na Amazônia”, avaliou Viana. O senador disse que pretende retomar no Congresso a discussão do FPE Verde [Fundo de Participação dos Estados], projeto da senadora Marina Silva, que cria uma reserva de recursos para estados que tenham unidades de conservação e terras indígenas em seus territórios.
O vice-governador eleito do Pará, Helenilson Gomes, argumentou que o atual modelo regulatório não permite que os lucros da exploração das riquezas extraídas das florestas se traduzam em desenvolvimento para a região. “O Pará é o 13° PIB [Produto Interno Bruto] do país, principalmente por causa da mineração, mas é o sexto estado mais pobre. Temos 2,8 milhões de paraenses que vivem abaixo da linha da pobreza.”
Segundo Veríssimo, do Imazon, a substituição do modelo tradicional de exploração da Amazônia por uma economia que valorize a floresta e os serviços ambientais da biodiversidade demanda investimentos de cerca de R$ 20 bilhões por ano para serem aplicados em pesquisa e medidas como ordenamento fundiário e melhoria da capacidade de gestão dos estados.
*A repórter viajou a convite do Fórum Amazônia Sustentável // Edição: Lílian Beraldo
Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Um estudo da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) revela que cerca de 230 mil toneladas de gordura trans deixaram de ir para as prateleiras brasileiras em 2009.
O levantamento foi apresentado hoje (25) durante a assinatura, pelo Ministério da Saúde, de um acordo de cooperação que prorroga por três anos o Fórum da Alimentação Saudável.
De acordo com a Abia, desde 2008, 94,6% das empresas associadas à entidade atingiram a meta que estabelece um limite de 5% de presença de gordura trans no total de gorduras em alimentos processados. No caso de óleos e margarinas, o limite é de 2%.
As metas foram estabelecidas com base em recomendações da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). A Abia representa 70% do setor produtivo nacional.
Foram avaliadas 12 categorias de alimentos que incluem snacks, massas instantâneas, sorvetes, caldos, chocolates, sopas, panetones, óleos, pratos prontos, biscoitos e bolos, além de margarinas e cremes vegetais.
As medidas previstas no Fórum da Alimentação Saudável também incluem a redução gradual do teor de sódio em alimentos processados. A expectativa é que, até 2020, o consumo de sal em todo o país seja reduzido em 50%.
De acordo com o Ministério da Saúde, o consumo de altas taxas de gorduras trans e de sal aumenta os riscos de obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão e acidente vascular cerebral (AVC).
No Brasil, um terço das crianças entre 5 e 9 anos apresenta excesso de peso. Entre adultos, o percentual chega a 50%. Além disso, 24,4% da população adulta em capitais brasileiras foram diagnosticados como hipertensos e 5,8%, como diabéticos.
Edição: Juliana Andrade
Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Polícia Federal e a Receita Federal deflagram hoje (25) uma operação para desarticular um esquema de formação de caixa 2 em grandes empresas a partir de contratos de patrocínio esportivo. A PF calcula que o esquema movimentou cerca de R$ 50 milhões. O dinheiro seria utilizado para financiar corrupção de funcionários públicos, sonegação fiscal e evasão de divisas.
De acordo com a Receita, as investigações começaram a partir de denúncias de que as empresas firmariam contratos de patrocínio fictícios para o acúmulo de recursos sem registro na contabilidade, o chamado caixa 2. Eram feitos falsos contratos com grandes empresas, em nome de federações esportivas ou laranjas, que repassavam “vultuosos pagamentos a título de patrocínio”. Os recursos eram sacados e grande parte devolvida às pagadoras.
São cumpridos 32 mandados de busca e apreensão e nove mandados de prisão no Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. A Operação Podium é um trabalho conjunto dos dois órgãos e começou há um ano. Cerca de 80 servidores da Receita e 160 policiais federais cumprem os mandados nos estados.
Edição: Lílian Beraldo
Da Agência Brasil
Brasília - A Fundação Hemocentro de Brasília (FHB) lançou hoje (25), Dia Nacional do Doador de Sangue, a campanha "Faço Parte desta Corrente. Doo o Meu Melhor – Sou Doador de Sangue, com o objetivo de estimular a população a colaborar. O lançamento faz parte da Semana do Doador, que inclui homenagens a pessoas que já doam e apresentações culturais.
Segundo a diretora-presidente da instituição, Maria de Fátima Brito Portela, a semana foi criada há dez anos a fim de estimular a doação e agradecer àqueles que já colaboram. O evento começou segunda-feira (22) e vai até sábado (27).
“Pelo menos 5% da população deveriam doar para que não faltasse o produto no estoque. No Brasil, apenas 1,8% da população é doadora de sangue", afirmou.
Ela informou que o número de doadores em Brasília está acima da média, com 3%, e que do total, 55% são jovens de 18 a 25 anos. "No DF [Distrito Federal], somos beneficiados com a solidariedade da população - 32% dos nossos doadores são mulheres, porém é preciso aumentar esse número”, ressaltou.
A presidente do hemocentro lembrou que as mulheres ficam impossibilitadas de doar durante a gravidez e a amamentação, mas que elas têm as mesmas condições de doar que os homens.
Maria de Fátima disse ainda que, diariamente, o hemocentro recebe em torno de 250 doadores, mas que o ideal seria receber 300 porque ele atende a todos os hospitais públicos do DF. “Sempre que aparecemos na mídia, as pessoas respondem bem, mas é importante lembrar que temos pacientes precisando de sangue durante todo o ano”.
Segundo ela, quando há queda no estoque, os primeiros tipos de sangue que fazem falta são os de fator negativo. "Mas, em geral, a fundação precisa de sangue de todos os tipos", acrescentou.
A vendedora Eva Oliveira doou sangue durante vários anos, mas parou há cinco. Hoje, ela retornou ao local para "exercer um dever como cidadã. Estamos no fim do ano, uma época em que as pessoas sofrem mais acidentes e necessitam de mais transfusões, por isso resolvi voltar a doar”.
Também participaram do lançamento da campanha a secretária de Saúde do DF, Fabíola de Aguiar Nunes, a diretora executiva da Fundação Hemocentro, Regina Fátima Gatto de Oliveira Thomé, colaboradores e autoridades.
Edição: Graça Adjuto
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Três caminhões da Marinha, cada um com dois tanques de guerra, chegaram às imediações da favela da Vila Cruzeiro, na Penha, zona norte do Rio, onde a Polícia Militar (PM) iniciou ontem (24) uma ocupação para prender criminosos responsáveis pela série de ataques no Rio de Janeiro. Os veículos da Marinha passaram pela Avenida Brás de Pina, uma das principais vias do bairro, sob a escolta de policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar. Também fizeram parte do comboio duas viaturas com fuzileiros navais.
Desde ontem, a PM realiza operações no Alemão, o maior complexo de favelas sob domínio do tráfico no Rio de Janeiro e do qual faz parte a favela da Vila Cruzeiro. No local, ainda há intensa movimentação de veículos do Corpo de Bombeiros e de ambulâncias do Hospital Estadual Getúlio Vargas. A unidade tem sido a principal central de atendimento a feridos nos confrontos contra o tráfico na região.
A Polícia Civil faz hoje (25) uma operação em outra favela da zona norte, o Jacarezinho, com a participação de cerca de 100 homens de várias delegacias especializadas. De acordo com a polícia, quatro bandidos foram mortos e três ficaram feridos na ação.
Edição: Juliana Andrade