25/11/2010 - 16h15

Comércio do Rio funciona normalmente fora das áreas de confronto, mas fecha onde há ação policial

Paulo Virgílio e Cristiane Ribeiro
Repórteres da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Mesmo com a onda de ataques criminosos dos últimos dias, o comércio varejista está funcionando normalmente na região metropolitana do Rio de Janeiro, segundo informação do Clube de Diretores Lojistas (CDL). A única exceção é para os estabelecimentos localizados em áreas onde ocorrem operações policiais e há confronto com traficantes, como o Bairro da Penha, na zona norte da cidade.

“Nesses casos, pela falta total de segurança, não há alternativa para o comerciante a não ser fechar as portas”, disse o economista Fernando Melo, assessor da presidência do CDL. Segundo ele, a entidade não recebeu, até o momento, qualquer sugestão ou solicitação no sentido de mudar o horário de funcionamento das lojas, em função da onda de ataques.

Fernando Melo acredita, no entanto, que o bom-senso deve prevalecer entre os lojistas com relação aos empregados que moram em áreas consideradas de risco. “Não só a compreensão com as ausências ao trabalho, mas também no sentido de liberá-los mais cedo para o retorno às suas casas”, explicou.

A falta de ônibus e o risco de chegar em casa no período noturno são alguns dos maiores problemas enfrentados pela população carioca que reside nas chamadas áreas conflagradas da cidade. Em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, o clima permanece tenso entre os comerciantes. Pela manhã, muitos optaram por não abrir as lojas, nas principais ruas do centro daquele município. Ontem (24) à tarde, praticamente todo o comércio do centro fechou.

"Abrimos a lanchonete às 7h, como fazemos todos os dias, mas o movimento estava muito fraco. Por volta das 10h, chegou uma informação que teria arrastão e, aí, decidimos fechar", disse Josué do Nascimento, dono de uma lanchonete na Avenida Central de Caxias. Segundo ele, os prejuízos de hoje e ontem somam mais de R$ 2 mil.

Em Bangu, na zona oeste da cidade, parte das lojas no centro do bairro também fechou nesta tarde depois que espalhou-se a informação de um arrastão. "Fechamos as portas e, pela fresta, vimos um grupo grande de homens passando pela rua e fazendo muito barulho. Foi tudo muito rápido, mas muito triste", contou Márcio Henrique Santana, dono de uma papelaria.

A Polícia Militar reiterou que o patrulhamento está reforçado em todo o estado e que ações criminosas que sejam testemunhadas devem ser comunicadas às delegacias de polícia.

Edição: Lana Cristina

25/11/2010 - 15h59

CMN autoriza companhia elétrica do Paraná a pegar R$ 1,5 bilhão em empréstimos

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Companhia Paranaense de Energia (Copel) poderá adquirir empréstimos de R$ 1,5 bilhão para financiar projetos de energia do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou a companhia a recorrer ao sistema financeiro.

Desde 2001, uma resolução proibiu as empresas estaduais de energia elétrica de contrair operações de crédito no sistema financeiro. Com a regra, novos empréstimos e financiamentos precisam ser aprovados pelo CMN. A quantia liberada hoje (24) no entanto, representa mais do que o dobro dos R$ 645,9 milhões autorizados pelo conselho nos últimos nove anos.

De acordo com o chefe da Assessoria Econômica do Tesouro Nacional, Jefferson Bittencourt, os financiamentos beneficiarão três projetos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vencidos pela Copel em licitação. O maior deles é a Usina Hidrelétrica Colíder, em Mato Grosso, licitada por R$ 1,7 bilhão.

As operações de crédito também serão usadas para financiar as obras de uma subestação em Cerquilho, no interior de São Paulo, que custará R$ 40 milhões, e na construção da linha de transmissão entre Araraquara e Taubaté (SP), orçada em R$ 267 milhões.

O CMN também extinguiu um fundo do antigo Banco Nacional de Habitação (BNH). Criado em 1971, o fundo emprestava para mutuários desempregados ou com invalidez temporária, que continuavam a pagar as prestações das moradias. O BNH foi extinto em 1986. O fundo parou de contratar operações em 1993 e, desde então, os contratos foram sendo liquidados à medida que os mutuários pagavam ao fundo e quitavam os empréstimos.

O fundo tem patrimônio de R$ 39 milhões. Desse total, R$ 31 milhões serão incorporados ao Tesouro Nacional e os R$ 8 milhões restantes, pagos à Caixa Econômica Federal, que administrava o fundo nos últimos 17 anos. Segundo Bittencourt, ainda existem dez contratos ativos. Ele informou que esses mutuários continuarão a pagar os empréstimos diretamente ao Tesouro até o fim do contrato.

Edição: Nádia Franco

25/11/2010 - 15h56

Clima de insegurança deixa turistas apreensivos no Rio

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A série de ataques criminosos no Rio de Janeiro tem levado pânico a população do estado e também deixa os turistas inseguros e apreensivos.

Segundo a professora Maria de Almeida, natural de Taquari no Rio Grande do Sul, a sua vinda para a cidade só ocorreu porque as passagens já estavam compradas há dois meses. Hospedada em Copacabana, ela tem medo de sair para mais longe, apesar de não ter presenciado nada de anormal.

“Estou muito preocupada. Não vi nada de anormal, mas tenho medo de sair na rua. Não teria vindo se eu soubesse como estaria agora. Pra ir pra mais longe estou com medo. Acho que não vou aproveitar nada”, disse Maria.

O suiço Christopher Six, entretanto, acredita que a insegurança não é um problema exclusivo do Rio. O técnico em telecomunicações ressalta que o problema é mundial. Ele prefere pensar apenas nas coisas boas. “A primeira coisa que vem na minha cabeça não é a violência e sim as pessoas que são simpáticas, o clima, as praias. Não me sinto totalmente seguro, vi poucos carros de polícia nas ruas. Sei que a Suíça é uma exceção, mas outros países também apresentam esse problema”.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio (ABIH-RJ), Alfredo Lopes, afirmou hoje (25) que as reservas de hospedagem já feitas não devem ser prejudicadas ou canceladas nesse primeiro momento.

Segundo ele, as reservas de final de ano e o carnaval de 2011 também não devem sofrer qualquer tipo de revés. ”Acredito que datas como réveillon e carnaval não serão afetadas. O mercado internacional fez suas reservas com antecedência e provavelmente não teremos cancelamentos imediatos”.

No entanto, Lopes admitiu que se a onda de violência continuar por um tempo maior, impactos negativos poderão ser sentidos.“Se essas demonstrações de violência continuarem a médio e longo prazo, podemos sim ter impacto negativo nas reservas, e a situação pode se estender até o interior do estado. O viajante fica preocupado de pegar a estrada, especialmente à noite, e é comum nas sextas-feiras e domingos uma concentração do fluxo de entrada e saída da cidade. Mas não temos previsão de grandes prejuízos para a hotelaria”.
 

 

Edição: Rivadavia Severo

25/11/2010 - 15h43

Operação da Polícia Militar no Rio de Janeiro tem apoio de blindados das Forças Armadas

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro – O chefe do Estado-maior da Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro, coronel Álvaro Garcia, informou que além dos seis tanques da Marinha brasileira que entraram na comunidade de Vila Cruzeiro, a polícia tem o apoio de mais seis veículos blindados na operação que ocorre no bairro da Penha, zona norte do Rio. Desde a manhã de hoje (25), a PM desloca blindados do Batalhão de Operações Especiais (Bope), blindados dos Fuzileiros Navais e viaturas da polícia e do Corpo de Bombeiros.

A PM montou nas imediações do Hospital Estadual Getúlio Vargas, uma base de operações com reforço médico para resgatar feridos e transportá-los para outras unidades. O clima na região é de muita tensão.

Segundo a polícia, 120 agentes do Bope e 40 homens do 16º Batalhão da PM, de Olaria, participam da operação. Garcia afirmou que os fuzileiros navais estão contribuindo apenas com os pilotos e co-pilotos dos veículos cedidos pela Marinha. As viaturas são carros de assalto, usados em guerras como a do Iraque e têm capacidade para 11 homens do Bope.

“Sabemos que aqui tem um reduto muito grande de marginais oriundos das facções criminosas”, afirmou Garcia destacando que a operação vinha sendo programada há muito tempo e que está calcada em informações do serviço de inteligência e em denúncias de que os criminosos expulsos das comunidades ocupadas pelas unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) estariam se reunindo no Complexo do Alemão, em uma comunidade vizinha a Vila Cruzeiro.

De acordo com o comandante, “A gente pretende dominar o território, prender esses elementos e posteriormente vamos pensar na instalação da UPP”, afirmou. Ele também admitiu que o Rio de Janeiro está em guerra, mas negou a necessidade de usar armas de maior porte.

Devido às baixas e avarias causadas nos blindados da polícia, o comandante afirmou que o apoio dos veículos da Marinha será justamente para recompor o quadro logístico nas operações. “É um tipo diferente dos nossos. Esses blindados não têm problemas de furar pneu, porque eles usam esteiras, então vai facilitar a nossa ação”, afirmou.

Garcia confirmou também que estão sendo convocados todos os policiais de folga e aqueles que trabalham internamente nos batalhões para reforçar ainda mais as ações que acontecem nas ruas.Na noite de ontem, os traficantes roubaram dois caminhões de eletrodomésticos e os colocaram atravessados nas vias de acesso à favela para impedir a entrada de policiais.

 

Edição: Rivadavia Severo
 

25/11/2010 - 15h38

CMN adota regras mais rígidas de remuneração para dirigentes de instituições financeiras

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A partir de 2012, as instituições financeiras terão de mudar a política de remuneração dos administradores para aumentar a transparência e impedir o pagamento de altas quantias aos dirigentes em momentos de crise. O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou resolução que, na prática, atrela os bônus dos administradores ao desempenho da instituição financeira.

De acordo com o Banco Central, políticas inadequadas de remuneração têm sido apontadas como fatores que contribuíram para a crise financeira internacional. As novas regras foram discutidas durante dois anos e fazem parte dos compromissos assumidos pelo Brasil no G20, grupo que engloba as 20 maiores economias mundiais.

Pela nova regra, as instituições poderão pagar unicamente um salário fixo aos diretores ou poderão optar pelo pagamento de uma parte em remuneração fixa e outra parcela em renda variável (como ações). Anteriormente, as instituições eram obrigadas a fazer o pagamento das duas formas.

A remuneração variável deverá se basear no desempenho individual dos dirigentes, da unidade de negócios, da instituição financeira. Esses indicadores de desempenho, no entanto, deverão estar atrelados aos riscos financeiros das empresas.

O CMN também estabeleceu que 50% da remuneração variável terão de ser pagos em ações ou em instrumentos financeiros baseados em ações. Além disso, pelo menos 40% da remuneração variável terá de ser paga em até três anos.

A responsabilidade pela política de remuneração dos diretores será do conselho de administração de cada instituição. As instituições de grande porte serão ainda obrigadas a montar um comitê para organizar o pagamento dos bônus.

Segundo o chefe do Departamento de Normas do Banco Central, Sérgio Odilon dos Anjos, o objetivo é evitar que os dirigentes recebam bônus fixos ao longo dos anos, independentemente do desempenho da instituição. “Entendemos que os diretores não podem ter o salário garantido, mesmo em caso de prejuízos da instituição financeira”, afirmou.

As novas regras não valem para cooperativas de crédito, sociedades de crédito e consórcios. Essas instituições adotam políticas específicas de remuneração dos dirigentes.

Edição: Nádia Franco

25/11/2010 - 15h32

Rio reforça atendimento hospitalar para atender vítimas de ações criminosas e confrontos policiais

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Para atender às pessoas feridas nos ataques criminosos e nos confrontos com a polícia, a Secretaria de Saúde da cidade do Rio elaborou uma série de medidas hoje (25), principalmente nas áreas de conflito mais direto, na zona norte, além de ter suspendido cirurgias e procedimentos para liberar os centros cirúrgicos.

Os secretários de Saúde do estado, Sérgio Côrtes, e do município, Hans Dohmann, estão desde cedo no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, para ajudar na coordenação do atendimento às vítimas dos confrontos na região, onde está situado o complexo de favelas do Alemão, e que está sendo alvo de uma grande operação policial.

Com a equipe reforçada, a unidade é referência no atendimento a baleados e já recebeu 23 feridos. O hospital está localizado próximo ao Complexo do Alemão, suspeito de abrigar bandidos que deixaram os morros da cidade, ocupados pelas unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde confirmou que postos de saúde estão fechados em áreas de risco ou onde estão em curso operações policias. Além isso, outras unidades podem encerrar o expediente mais cedo, para proteger os profissionais de saúde.

No esquema de plantão organizado pela secretaria, estão previstos ainda o aumento do número de profissionais nas unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Complexo do Alemão, na Penha e em Madureira, ambas na zona norte, perto da região onde a polícia realizou incursões mais violentas.

A Secretaria Municipal de Saúde também informou que aumentou as equipes nos hospitais municipais Salgado Filho, Souza Aguiar, Miguel Couto e Lourenço Jorge, que são referência no atendimento a vítimas de violência armada.

A Central de Regulação de Leitos está de prontidão para gerenciar as vagas disponíveis no sistema de internação e as ambulâncias da rede municipal vão ajudar na transferência de pacientes, quando for o caso.

Edição: Lana Cristina

25/11/2010 - 15h28

PM diz que 55 veículos foram incendiados e 121 pessoas presas desde domingo no Rio

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – O primeiro balanço oficial da Polícia Militar (PM) divulgado hoje (25) mostra um saldo de 55 veículos incendiados desde domingo (21), a prisão de 121 pessoas e a apreensão de granadas, fuzis, escopetas e muita munição. Os números, no entanto, não param de subir. Nesta manhã, pelo menos três ônibus foram queimados. Os passageiros e o motorista conseguiram sair e ninguém se feriu. Sete homens ainda não identificados morreram em confronto com a polícia na favela do Jacarezinho, na zona norte. Duas pessoas foram presas e armas e explosivos apreendidos.

Somente o batalhão de Cavalcante, em Madureira, na zona norte, apreendeu seis dinamites, seis espoletas  e um relógio. Em Botafogo, a apreensão foi de três garrafas de PET com gasolina, suspeitas de terem sido usados no incêndio a um carro durante a madrugada.

Em entrevista pela manhã, o porta-voz da PM, Coronel Lima Castro, disse que o  patrulhamento reforçado e as operações continuarão até a "conquista dos territórios" e não tem prazo para acabar. "Temos força e equipamentos para isso", completou. 

 

Edição: Rivadavia Severo

25/11/2010 - 15h24

Governo avalia possibilidade de adiar prazos do leilão do trem-bala

 

Sabrina Craide*

Repórter da Agência Brasil

 

Brasília - O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, disse hoje (25) que o governo avalia a possibilidade de adiamento dos prazos do leilão do trem de alta velocidade (TAV), que ligará São Paulo ao Rio de Janeiro. “Estamos avaliando, não posso dizer mais nenhuma vírgula”, disse Passos, ao sair de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto.

 

Também participaram da reunião o presidente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo, e representantes do Ministério da Fazenda, da Casa Civil e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

 

O adiamento do leilão em seis meses é uma reivindicação de indústrias do setor ferroviário e de equipamentos. Elas alegam que, com mais prazo, a licitação poderá ter maior número de participantes.

 

No início da tarde, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), Vicente Abate, esteve com o o presidente da ANTT. Segundo Abate, Bernardo Figueiredo prometeu uma resposta do governo até amanhã (26) sobre a possibilidade de adiamento.

 

O leilão está marcado para 16 de dezembro e, se não houver adiamento dos prazos, a entrega das propostas dos interessados em participar do leilão deve ser feita até a próxima segunda-feira (29).

 

* Colaborou Yara Aquino

Edição: João Carlos Rodrigues

25/11/2010 - 15h16

Especialistas defendem atuação mais abrangente no combate ao uso do crack

Da Agência Brasil

Brasília – O coordenador nacional de Saúde Mental do Ministério da Saúde, Pedro Gabriel Delgado, destacou hoje (25), na abertura do 1º Fórum Nacional sobre Aspectos Médicos e Sociais Relacionados ao Uso do Crack, que é importante pensar em ações de combate ao uso da droga que não se limitem apenas na autuação do usuário, mas que permitam gerar medidas de integração e compreensão geral do problema.

“O Brasil vive uma situação em que deve ser discutido o contexto da violência e a vulnerabilidade social com relação ao uso do crack, sem se prender apenas à punição do usuário de drogas. É preciso levantar a discussão do mercado ilegal da drogas e as formas de lidar com o problema que impactam consideravelmente nas formas de relação de consumo”, observou.

Para o diretor do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco e coordenador do fórum, Ricardo Paiva, o Brasil precisa ampliar as discussões sobre o uso do crack, tanto para que as entidades médicas ofereçam tratamentos compatíveis, quanto a soma de esforços com a sociedade para pensar em formas de erradicação da droga e em políticas assistenciais às famílias dos usuários.

“Conhecemos pouco sobre o crack e não temos um remédio específico para o tratamento. Aí, entra a necessidade de sensibilizar a sociedade em geral para que o tema seja discutido com abrangência. Ainda há muito que fazer, mas de forma coletiva. Aqueles que o fizerem de forma isolada, não terão êxito. Precisamos sim, fixar consensos com a população entender realmente o problema”, conclui.

As estimativas apontam que, hoje, há no país cerca de 600 mil dependentes de drogas e, segundo os especialistas, a incapacidade do Estado em oferecer tratamento para essas pessoas tornou a situação uma grave questão de saúde pública. O encontro realizado hoje, em Brasília, tem por objetivo sensibilizar representantes da área médica e da sociedade civil para a criação de diretrizes eficazes para o tratamento da dependência do uso do crack.

Segundo Pavia, ao final do fórum, será formulado um pacto entre a sociedade médica e o governo com ações que deverão ser desenvolvidas a partir de 2011 tais como oficinas de capacitação de combate ao uso do crack. As oficinas ocorrerão em março, abril e maio, nas cidades de Florianópolis, São Paulo e Fortaleza. Espera-se que, depois disso, seja possível mapear quantas unidades de atendimento serão necessárias para atender aos usuários e como elas serão organizadas no país.

Edição: Lana Cristina

25/11/2010 - 15h06

Setenta e cinco por cento dos produtores de alimentos se comprometem com a redução de gordura trans

 

Paula Laboissière

Repórter da Agência Brasil

 

Brasília – O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou hoje (25) que 75% de toda a produção nacional de alimentos estão envolvidos na redução de cerca de 230 mil toneladas de gordura trans que deixaram de ir para as prateleiras brasileiras em 2009.

 

O montante faz parte de um estudo divulgado pela Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), durante a assinatura de um acordo de cooperação que prorroga por três anos o Fórum da Alimentação Saudável.

 

“Isso demonstra o acerto da estratégia do governo e da indústria ao estabelecer uma agenda, uma pauta onde a questão da saúde pública foi colocada à mesa. Os resultados estão aí. Grande parte das matérias-primas usadas na preparação dos alimentos já estão com o teor de gordura dentro dos padrões internacionais”, disse Temporão.

 

O ministro ressaltou que, além dos 25% que não reduziram a taxa de gordura trans em seus produtos, a pasta pretende priorizar também os pequenos e médios produtores de alimentos no país, como padarias. “Vamos ter que fazer um grande esforço para levar a informação, a orientação técnica, para a pessoa que faz comida em casa para vender. Dar assistência para o produtor para que ele saiba preparar os alimentos”, acrescentou.

 

De acordo com dados do ministério, o consumo de altas taxas de gorduras trans e de sal aumenta os riscos de obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão e acidente vascular cerebral (AVC).


Edição: João Carlos Rodrigues

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