Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Congresso dará prioridade “absoluta” a qualquer medida provisória que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva porventura tenha que editar para reforçar o caixa das órgãos de segurança pública que atuam no Rio de Janeiro no combate ao crime organizado. Para o presidente do Senado e do Congresso, José Sarney (PMDB-AP), essa é “a maneira mais efetiva” que o parlamento tem para ajudar os governos federal e do Rio, neste momento.
“Como é um caso de emergência, o governo federal, se precisar de recursos adicionais, edita uma medida provisória e nós votaremos com a maior urgência no Congresso”, disse o senador.
Ele não poupou elogios à forma coordenada das ações policiais e militares que atuaram nas operações nas comunidades da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão. José Sarney ressaltou que tanto as polícias do estado quanto as forças federais e militares deram “uma demonstração de que, agora, a situação tem que ser encarada com muita seriedade para tornar o Rio de Janeiro uma cidade livre do tráfico e da violência”.
O senador destacou, no entanto, que todos os esforços empreendidos desde a semana passada são “um bom começo”. Agora, o desafio será manter a população dessas áreas seguras por meio do estabelecimento de unidades de Policiamento Pacificado (UPP).
Na chegada ao Congresso, Sarney também falou sobre o Orçamento de 2011. Segundo ele, os parlamentares da Comissão Mista de Orçamento fazem todo o esforço para cumprir o cronograma de votação em dezembro e, por isso, acredita que não será necessária a convocação extraordinária do legislativo para apreciar a matéria em janeiro.
José Sarney confirmou que a novidade, na elaboração do Orçamento da União para 2011 é o fato de os deputados e senadores da comissão priorizarem áreas estabelecidas pela presidenta eleita, Dilma Rousseff, para o primeiro ano de seu governo. “O que tem de novo é que as prioridades que tem [no texto] são as prioridades do governo dela. O que era uma maneira geral de acompanhamento agora será especificamente naquilo que ela terá interesse.”
Edição: Talita Cavalcante
Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As tropas das Forças Armadas que ocupam, junto com policiais do Rio, o conjunto de favelas do Alemão, na Penha, zona norte da cidade, devem permanecer na comunidade até a instalação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no local. O anúncio foi feito na manhã de hoje (29) pelo governador do Rio, Sérgio Cabral. Ele também informou que a nova UPP deve ser implantada num prazo de seis a sete meses.
“Não vamos dormir nos louros da conquista de ontem. Acordamos cedo com os próximos desafios que é a reconquista efetiva dos territórios ainda ocupados pelo poder paralelo. Esses passos passam pela integração com o Ministério da Defesa e com a Polícia Federal. Já está acordado [com o Ministério da Defesa], agora estamos na fase das tratativas técnicas que passa pelo secretário [de Segurança do estado, José Mariano Beltrame] e oficiais militares do ministério desde ontem”, afirmou, ao participar da abertura de um fórum, no Rio, sobre a infraestrutura urbana para os Jogos Olímpicos de 2016.
Segundo Cabral, também o governo vai instalar amanhã (30) a UPP do Morro dos Macacos, em Vila Isabel, zona norte da cidade. Na sequência as comunidades do Lins de Vasconcelos, também na zona norte, que incluem o Morro do Quieto e o Morro São João, devem ser pacificadas.
Sobre a possibilidade de a unidade chegar também às comunidades da Rocinha e do Vidigal, na zona sul, ele garantiu que o cronograma não será alterado, mas preferiu não antecipar a data prevista para a ocupação.
Edição: Talita Cavalcante
Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A taxa de juros cobrada pelo crédito pessoal subiu 2 pontos percentuais, de setembro para outubro, segundo dados do Banco Central (BC), divulgados hoje (29). No período, a taxa, que inclui operações de crédito consignado, passou de 41,6% para 43,6% ao ano.
Segundo o BC, também subiu a taxa do crédito para a compra de veículos, que passou de 23,3% para 23,5%.
A taxa média cobrada pelo uso do cheque especial caiu 3,6 pontos percentuais, mas continua alta – 163,6% ao ano – em relação às demais. Mas, de acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, a queda da taxa média do cheque especial em outubro é um movimento pontual.
“Reflete operações pontuais, tanto que a expectativa para o mês de novembro já é de elevação”. Segundo ele, os dados preliminares de novembro, até o dia 17, indicam aumento de 1,8 ponto percentual na taxa em relação a outubro.
Edição: Juliana Andrade // Matéria alterada para acréscimo de informação
Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O saldo de empréstimos bancários chegou a R$ 1,645 trilhão, em outubro, segundo informou hoje (29) o Banco Central (BC). Esse volume representou 47,2% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB), ante 46,7% de setembro. Em outubro de 2009, esse percentual estava em 44,6%.
Segundo relatório do BC, “as operações de crédito do sistema financeiro prosseguiram apresentando desempenho condizente com o dinamismo da atividade econômica, intensificado pelo aquecimento sazonal [característico de um período] dos negócios associados às vendas de fim de ano e pela trajetória positiva dos indicadores de renda e emprego, com impactos favoráveis nas expectativas de empresários e consumidores”.
O BC diz ainda que “esse ambiente tem favorecido tanto a demanda por investimento e por capital de giro das empresas, quanto a sustentação do consumo de bens duráveis por parte das famílias, especialmente no que diz respeito às aquisições de veículos”.
Edição: Lílian Beraldo
Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A taxa média de juros cobrada das famílias subiu um ponto percentual, de setembro para outubro deste ano, e atingiu 40,4% ao ano, segundo dados divulgados hoje (29) pelo Banco Central (BC).
De acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, o motivo para o aumento da taxa média é uma questão estatística. Segundo ele, em outubro, caiu a participação do empréstimo consignado, que apresenta taxa de juros mais baixa, no saldo do crédito. “Como o crédito consignado tem uma taxa [de juros] mais baixa, na média, há uma elevação na taxa para as famílias”, disse Lopes.
De acordo com o BC, a participação do empréstimo com desconto em folha de pagamento (consignado) no crédito pessoal caiu de 60,6%, em setembro, para 60,4%.
Segundo Lopes, essa queda no saldo do empréstimo consignado, geralmente concedido nas agências, é explicada pela greve dos bancários, que durou de 29 de setembro a 13 de outubro. No caso específico da Caixa e do Banco do Brasil, o retorno ao trabalho ocorreu no dia 15.
No caso das empresas, a taxa média de juros caiu 0,3 ponto percentual para 28,7% ao ano, no período. Com isso, a taxa geral para famílias e empresas ficou em 35,4%, alta de 0,3 ponto percentual.
A inadimplência tanto para famílias quanto para as empresas ficou estável em 6% e 3,5%, respectivamente.
O spread, diferença entra a taxa de captação de recursos pelos bancos e a cobrada dos clientes na hora do empréstimo, ficou 29 pontos percentuais para as famílias, alta de um ponto percentual. Para as empresas houve recuo de 0,4 ponto percentual para 18,1 pontos percentuais.
O prazo médio de financiamentos para as empresas teve redução de dois dias corridos para 383. Para as famílias, a queda foi de três dias corridos para 538.
Edição: Lílian Beraldo
Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), usado para corrigir o valor de aluguéis e tarifas de energia elétrica, subiu 1,45%, em novembro, ante 1,01% em outubro. Essa taxa, medida pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), indica a variação média de preços apurada no período de 21 de outubro a 20 de novembro.
Desde janeiro, o IGP-M acumula alta de 10,56% e, nos últimos 12 meses, de 10,27%. As elevações mais expressivas ocorreram no setor atacadista. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) chegou a 1,84%, 0,54 ponto percentual acima da variação anterior.
Essa alta foi puxada, principalmente, pelos aumentos de preços dos itens bovinos (de 4,28% para 11,42%) e produtos cuja valorização sofre interferência das cotações no mercado internacional: soja em grão (de 5,04% para 9,72%); algodão em caroço (de 2,40% para 13,49%) e milho em grão (de 11,82% para 9,54%).
Essas elevações foram atenuadas pelas quedas verificadas em minério de ferro (de -3,83% para -8,13%); feijão em grão (de 38,21% para -12,47%), banana (de 4,64% para -4,31%); automóveis (de -0,10% para -0,47%) e tomate (de 4,45% para -11,17%).
Nos outros dois subcomponentes do IPA ocorreram altas, de 1,34% em bens finais, ante 1,53%, e bens intermediários (de 0,21% para 0,76%). Neste caso, a pressão foi exercida pelo subgrupo materiais e componentes para manufatura (de 0,06% para 0,92%).
Também influenciou o resultado geral do IGP-M a inflação detectada na construção civil, provocada, principalmente, pelo reajuste salarial dos trabalhadores. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,36% ante 0,15%. A mão de obra ficou custou 0,59% mais cara, ante 0,03%. No acumulado do ano, o INCC teve alta de 6,95% e, nos últimos 12 meses, de 7,16%.
No Índice de Preços ao Consumidor (IPC), a taxa passou de 0,56% para 0,81%. No ano, a alta atinge 5,13% e desde novembro do ano passado acumula 5,34%. Entre os produtos que mais colaboraram para os aumentos de preços no varejo estão as carnes bovinas. A carne moída, por exemplo, ficou 10,14% mais cara.
Edição: Juliana Andrade
Luiz Antônio Alves
Correspondente da Agência Brasil na Argentina
Buenos Aires - Pela primeira vez, ministros e outras autoridades de nações da América Latina se encontraram para discutir o papel da ciência e da tecnologia na agenda socioeconômica de seus países. O resultado do encontro, encerrado na semana passada em Buenos Aires, mostrou que os países do continente consideram o setor uma área que incorpora componentes aplicáveis ao segmento produtivo e que, com isso, também pode abrir espaço à competitividade comercial.
Ana Paula Kobe, assessora de Ciência e Tecnologia da embaixada brasileira na capital argentina, participou do encontro e disse à Agência Brasil que o uso das ferramentas desse setor torna-se o grande desafio dos governos latino-americanos porque atualmente nenhum deles quer depender exclusivamente de suas exportações agrárias.
“Hoje, [ter] um grande componente tecnológico impulsiona as empresas”, disse a assessora. “Há 20, 30 anos, a Coreia do Sul investia pouco em ciência e tecnologia. Desde que o governo local passou a encarar o setor como prioridade, o país conseguiu estar entre os primeiros do mundo na área de inovação, da apresentação de propostas científico-tecnológicas que mudaram não apenas a própria Coreia do Sul, mas também chegaram ao resto do mundo.”
Ana Paula Kobe disse que os ministros e autoridades de ciência e tecnologia da América Latina assinaram uma Declaração de Buenos Aires que não é apenas um documento com afirmações genéricas distribuído ao fim de um encontro internacional. “O diferencial da Declaração de Buenos Aires é que ela já identifica os temas prioritários para a cooperação dos países latino-americanos no setor de ciência e tecnologia. Entre eles estão as mudanças do clima, a segurança alimentar, as energias alternativas, a saúde e a prevenção de desastres naturais.”
Um exemplo de como a ciência e a tecnologia podem ser aplicadas na vida prática das pessoas é o uso da TV digital na prevenção de desastres naturais. Nas regiões do mundo onde ocorrem, com relativa frequência, abalos sísmicos, terremotos, enchentes e outras fenômenos da natureza, a TV digital pode servir como ferramenta para o envio de alertas e informações sobre segurança para que os cidadãos tenham tempo suficiente de procurar abrigo.
Segundo Ana Paula Kobe, esta é uma aplicação da ciência e da tecnologia que entra no cotidiano das pessoas, tornando-se uma ferramenta de uso prático e não apenas uma complicada fórmula de laboratório. “Uma pessoa pode estar usando uma roupa que é mais resistente ao desgaste porque foi produzida dentro dos princípios da nanotecnologia [área da ciência que manipula o próprio átomo para a produção de novos materiais e estruturas químicas]”.
Os ministros e autoridades de ciência e tecnologia da América Latina reunidos em Buenos Aires propuseram a criação de um grupo para elaborar uma agenda de trabalho. Esse documento deverá estar pronto até março de 2011, quando os ministros de Ciência e Tecnologia que participaram do encontro em Buenos Aires estarão novamente reunidos, desta vez na cidade mexicana de Guanajuato.
“A estimativa é que um ano de produção na indústria tecnológica corresponde a sete anos de qualquer outra indústria. Não há tempo a perder. É preciso ser rápido e os países latino-americanos estão conscientes de que devem se apressar para fazer da ciência e da tecnologia um componente importante da sua agenda produtiva”, justificou a assessora.
Edição: Talita Cavalcante
Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) reduziram a projeção para o crescimento da economia este ano. A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, caiu de 7,60% para 7,55%. Para 2011, permanece em 4,5%, há 51 semanas. Essas informações constam do boletim Focus, divulgado às segundas-feiras pelo BC.
O boletim também traz a expectativa para a produção industrial, que, este ano, passou de 11% para 10,98%. Para o próximo ano, a previsão de expansão da produção industrial foi alterada de 5,40% para 5,25%.
A projeção para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB permaneceu em 40,50%, em 2010, e em 39,50%, em 2011.
A expectativa para a cotação do dólar permaneceu em R$ 1,70, este ano, e em R$ 1,75, em 2011.
A previsão para o superávit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) passou de US$ 16 bilhões para US$ 16,30 bilhões, este ano, e de US$ 8 bilhões para US$ 8,50 bilhões, em 2011.
Para o déficit em transações correntes (registro das transações de compra e venda de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior) foi mantida a projeção de US$ 50 bilhões, este ano. A estimativa para 2011 passou de US$ 68,06 bilhões para US$ 68 bilhões.
A expectativa para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do país) permaneceu em US$ 30 bilhões, em 2010, e em US$ 36 bilhões, no próximo ano.
Edição: Juliana Andrade
Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) elevaram pela 11ª semana seguida a projeção para a inflação oficial este ano. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 5,58% para 5,72%. Para 2011, a expectativa é que o índice fique em 5,20%, contra 5,15% previstos no relatório divulgado na semana passada.
A estimativa dos analistas para o IPCA está cada vez mais distante do centro da meta de inflação estabelecida pelo governo de 4,5%. Essa meta tem ainda margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos, ou seja, o limite inferior é de 2,5% e o superior de 6,5%.
Cabe ao BC perseguir a meta de inflação e para isso usa como instrumento a taxa básica de juros, a Selic. Quando considera que a trajetória de inflação é de alta, em ambiente de economia muito aquecida, o BC eleva os juros básicos. Mesmo assim, a mediana das expectativas dos analistas para a taxa ao final deste ano permanece em 10,75% ao ano. Já para 2011, os analistas esperam que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC eleve a Selic. A expectativa é que a taxa básica encerre o próximo ano em 12,25% ao ano e não mais em 12% ao ano como previsto no relatório anterior.
O BC também informa que a projeção dos analistas para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) passou de 6,13% para 6,20%. Para 2011, a projeção caiu de 4,83% para 4,80%.
A estimativa para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) foi alterada de 11,02% para 11,03%, neste ano, e de 5,26% para 5,31%, em 2011.
A expectativa para o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) neste ano passou de 10,89% para 11,01%. Para o próximo ano, também subiu: 5,30% para 5,33%.
A projeção dos analistas para os preços administrados permaneceu em 3,5%, em 2010, e em 4,5%, em 2011. Os preços administrados são aqueles cobrados por serviços monitorados, como combustíveis, energia elétrica, telefonia, medicamentos, água, educação, saneamento, transporte urbano coletivo, entre outros.
Edição: Lílian Beraldo
Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O clima no conjunto de favelas do Alemão, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro, é de aparente tranquilidade na manhã de hoje (29), dois dias depois da ocupação por tropas policiais e das Forças Armadas. Moradores da região voltam à rotina, saindo de casa para trabalhar. Além disso, o comércio, que permaneceu fechado nos últimos dias por conta dos tiroteios entre policiais e traficantes, abre as portas nesta manhã.
As escolas da rede municipal do conjunto de favelas do Alemão e da Vila Cruzeiro, no entanto, não terão aulas hoje. Em nota, a Secretaria Municipal de Educação informou que o reinício das atividades será definido em uma reunião com o prefeito Eduardo Paes, ainda nesta segunda-feira.
A polícia continua vasculhando das cerca de 30 mil casas da região, à procura de armas e drogas abandonadas pelos traficantes em fuga. Por causa dos confrontos e devido à queima de caminhões pelos traficantes, faltam luz e água em diversos pontos das comunidades.
Homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) passaram a madrugada posicionados em pontos estratégicos das comunidades, mesmo com as buscas por armas, drogas e criminosos interrompidas. Segundo a cúpula da segurança pública do estado, a ocupação é por tempo indeterminado.
Edição: Juliana Andrade