Brasília, 7/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - A Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci) assinou contrato com a certificadora européia (notify body) BM Trada, especializada em testes em produtos de madeira. O acordo permite ao Programa Nacional de Qualidade da Madeira (PNQM) emitir a marca de conformidade CE Marking para os produtos nacionais de madeira.
O selo será exigido a partir de abril de 2004 para os itens de madeira de uso estrutural. De acordo com o presidente da Abimci, Odelir Battistella, a entidade dá um passo importante para garantir as exportações dos produtos de madeira para a Comunidade Européia. Com o contrato, o PNQM passa a ser o representante da BM Trada no Brasil.
Participam do Programa 74 empresas. Além das 21 do PNQM de Compensado de Pinus, que representam 70% do mercado nacional, são 34 participantes de Compensado de Madeira Tropical, oito no PNQM de Portas e 11 fornecedores. Para se ter uma idéia da credibilidade do Programa junto aos empresários do setor, as 21 empresas de Compensado de Pinus participantes representam 70% do mercado nacional.
Manejo
Um dos principais entraves do manejo sustentável de florestas nativas tropicais é o baixo nível de rentabilidade financeira. Isso se deve em parte à heterogeneidade das espécies: o mercado valoriza apenas algumas, reduzindo os rendimentos que se podem gerar com a produção de madeira. Aumentar a aceitação das espécies menos conhecidas no mercado, melhorando ao mesmo tempo o manejo e o aproveitamento florestal de modo que ao incrementar o volume de madeira extraída das florestas nativas não se aumente, mas se diminua, o dano causado pelas operações deve ser um dos objetivos de programas de manejo florestal comunitários. Tais programas devem incluir componentes relacionados à silvicultura e ao aproveitamento; promoção industrial e comercial; e capacitação. (Fontes: Abimci/OIMT)
Nos bastidores da Ciência e do Jornalismo Científico
Cidoval Morais de Sousa (*)
Quando se fala em Jornalismo Científico geralmente não se dá muita importância a algumas sutilezas. A primeira delas é a dimensão que engloba a prática profissional: a divulgação não só da Ciência pronta, avaliada por peritos, publicada em revistas especializadas, mas também a da Ciência em construção, nos bastidores, em processo permanente de negociação de significados, procurando consensos numa tempestade de interesses. É certo que os jornalistas, influenciados por um certo positivismo lógico, se interessam muito mais pelos resultados, privilegiando o que alguns autores chamam de Ciência acabada. Nesse caso perdem os leitores.
E por que perdem os leitores se vivemos numa sociedade pragmática, utilitarista, que antes de conhecer o como pergunta para que serve? Tomo aqui, como ponto de partida, a construção da notícia política. Os jornalistas políticos se especializaram em cobertura de bastidores. As decisões não são tomadas por acaso. Resultam de intensas e tensas negociações: telefonemas, reuniões, almoços, jantares, conversa de pé-de-ouvido, blefes, tramas, redes de pressão, lobbies, concessões, acordos, ameaças veladas, balões de ensaio, fofocas... Tudo isso junto, quando bem apurado, testemunhado ou confrontado com várias fontes, oferece ao leitor uma representação mais próxima da realidade.
A Ciência é uma atividade social como tantas outras em nosso meio. Sua especificidade é construir conhecimentos sobre o mundo, mas não é a única via capaz de fazê-lo. Para alguns, é a mais confiável, mas isso não a transforma em força superior. Longe de produzir verdades, constrói consensos temporários, sujeitos a controvérsias e, conseqüentemente, a negações. Como atividade social (a Ciência) não está desprovida de influências da ação pessoal, dos contextos sócio-econômicos, políticos, culturais. Os laboratórios reproduzem, com raríssimas exceções, as relações de poder dominantes. Os líderes das redes de pesquisa nem sempre são escolhidos por méritos científicos, mas por suas habilidades políticas.
Como bem frisa Medawar, em seus conselhos a um jovem cientista, a empresa científica é tocada por homens e mulheres que podem ser nossos vizinhos, que chegam todos os dias aos seus lugares de trabalho alimentados por esperanças e propósitos que são comuns a todos, e são recompensados, como a grande maioria, por triunfos esporádicos e entristecidos por revezes ocasionais. O homem ou a mulher de Ciência cumpre uma série de exigências: capacitação permanente, pesquisa, produção, publicação, busca de reconhecimento, sustentabilidade. Aparece, quase sempre, como se tivesse uma dupla existência: uma social e outra cognitiva, quando na verdade a vida acadêmica e a social são indissociáveis.
Não sendo a Ciência algo que se constrói fora do mundo dos mortais, é rica em vida, comunicação, interação, tramas, disputas, conflitos, trincheiras de lutas políticas, ideológicas... Mas isso pouco aparece na mídia. O Jornalismo Científico praticado hoje no Brasil e no mundo, longe de aproximar os conteúdos científicos do público leigo, colabora para que o gap existente entre um e outro permaneça sem perspectiva de solução. Falta vida, sobra resultado. As características humanas da Ciência desaparecem. Em contra-partida explora-se, com ênfase, os fragmentos que podem produzir sensação, espetáculo, dar idéia de ritual, confirmação de estereótipos. Ás vezes fica a impressão de que a mídia não leva muito a Ciência a sério.
Há, também, uma outra dimensão do Jornalismo Científico (JC), que praticamente está fora dos debates públicos – aquela que funciona como porta de entrada para pesquisas interdisciplinares na comunidade acadêmica, geralmente quando se quer verificar o que a mídia tem feito com os produtos da Ciência. Embora carregue como marca a diversidade de olhares, que se debruçam sobre a sua condição de objeto de pesquisa, o JC, como tal, recebe tratamento parecido com o que dispensa à Ciência: não é investigado no seu lugar de produção. Para uma determinada corrente, interessa a freqüência; outra está preocupada com o discurso; outra ainda com os efeitos de agenda... Mas todas elas partem da mesma realidade: a matéria jornalística pronta, publicada.
A intenção deste artigo não foi dar uma receita de como produzir matéria jornalística sobre Ciência, nem tão pouco dizer, para a academia, como esta deve estudar o Jornalismo Científico. Na realidade nosso interesse maior foi pontuar a necessidade de se enxergar o entorno quando se produz conhecimento a partir do JC ou quando este produz notícias sobre Ciência. É interessante penetrar no interior das comunidades científicas para poder fazer uma leitura adequada de seus códigos; o mesmo vale para os que tomam o JC como objeto de investigação.
(*) Jornalista, professor das universidade de Taubaté (Unitau) e do Vale do Paraíba (Univap), ambas em São Paulo, doutorando em Geociências (Unicamp) e diretor acadêmico da Associação Brasileira de Jornalismo Científico (ABJC).
Rio, November 7, 2003 (Agência Brasil - ABr) - Petrobras should not make any further adjustments this year in the prices of petroleum derivatives, especially gasoline, the price of which has been stable since the 10% reduction announced by the company in April. This affirmation was made today in Rio by Petrobras's director of Supply, Rogério Manso, during a ceremony to inaugurate an exhibit in commemoration of the 50th anniversary of the state enterprise, at the headquarters of the Rio de Janeiro Commercial Association (ACRJ).
Manso recognized, however, that consumption of petroleum derivatives in the country accompanied the economy as a whole and ended the first semester with a 4%-5% decline, a tendency that is expected to be maintained until the end of the year, despite signs of economic recovery projected for the fourth quarter. (DAS)
Rio, 7.11.2003 (Agência Brasil - ABr) - Die brasilianische Petrobras Ölgesellschaft soll die Preise von Ölnebenprodukte bis Jahresende vor allem von Benzin, dessen Preis nach der Senkung von 10% im April dieses Jahres stabil sei, nicht erhöhen, laut Direktor der Petrobras-Versorgungsabteilung, Rogério Manso, der an der Eröffnung einer Ausstellung anlässlich des 50jährigen Jubiläums Petrobras im Sitz des Handelsverbands von Rio de Janeiro (ACRJ) teilnahm.
Manso fügte hinzu, der Konsum der Ölnebenprodukte sank im ersten Halbjahr um 4% bis 5% genau wie die Wirtschaft Brasiliens. (MNJ)
Rio, 7/11/03 (Agência Brasil - ABr) - La petrobras no alterará el precio de derivados de petróleo hasta el fin del año, cuyos precios están esbables desde la disminución del 10% anunciada por la empresa en abril, dijo hoy el director de Abastecimiento de la Petrobras, Rogerio Manso, añadiendo que el consumo de derivados de petróleo acompañó la economía, habiendo terminado el primer semestre con baja del 5%, tendencia que debe mantenerse hasta el fin del año, a pesar de los ligeros indicios de recuperación ecónómica previstos para el cuarto trimestre. (JV)
Brasília, 7/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - Apesar da decisão de suspender o bloqueio de benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) com mais de 90 anos ou dos que recebem há mais de 30 anos, o Ministério da Previdência Social vai dar continuidade ao recadastramento dos idosos, informou à Agência Brasil o gerente-executivo do órgão no Distrito Federal, Milton Moreno. Segundo ele, se esse grupo não comparecer em 60 dias às agências do INSS, as contas serão bloqueadas novamente. "O recadastramento vai continuar com o propósito de se evitar as fraudes aos cofres da previdência", disse.
De acordo com Moreno, os idosos que não puderem se deslocar às agências, por qualquer motivo, devem entrar em contato com o INSS, através de familiares e/ou procuradores, para solicitar a visita de um servidor ao local onde se encontram. Ele comenda, no entanto, que apenas as pessoas com mais de 90 anos ou que recebem benefício do INSS há mais de 30 anos procurem às agências, a fim de evitar lotação e tumultos desnecessários nos postos de atendimento.
A decisão de revogar o bloqueio dos benefícios, tomada na noite de ontem pelo ministro Ricardo Berzoini, foi respaldada em sugestão feita pelo Ministério Público Federal, que ameaçou recorrer à Justiça contra a medida baixada pelo INSS na segunda-feira passada (3) e, ainda, em observância ao Estatuto do Idoso, sancionado recentemente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O recadastramento do INSS atingirá cerca de 105 mil pessoas com mais de 90 anos. Deste continenge, conforme dados do Instituto, "há indícios" de que pelo menos 30 mil beneficios
estão sendo sacados de maneira fraudulenta por familiares ou procuradores legais, pois os titulares já faleceram
Brasília, 7/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - Cultivo de plantas transgênicas no Brasil: perspectivas e implicações é o tema central do ciclo de mesas-redondas que se realiza de 2ª feira (10) a 6ª feira (14), na Embrapa Agrobiologia, em Seropédica, no Rio de Janeiro. O evento faz parte da Semana de Agronomia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
Coordenado pelos pesquisadores da Embrapa Norma Rumjanek e Gustavo Xavier o evento objetiva promover a discussão do tema, fornecendo um panorama atual da questão da transgenia no país. No programa, assuntos como "O caso da soja", "Efeitos adversos do plantio de culturas transgênicas", "Liberação de plantas transgênicas" e "Rotulagem e comercialização do alimento GM".
A série de palestras e debates na UFRRJ tem vagas limitadas e é preciso fazer inscrição que custa R$ 20. Mais informações podem ser solicitadas pelo telefone (21) 9249.0569. (Ascom Embrapa)
Brasília, 7/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - A Petrobras concentra sua verba de patrocínio para os próximos dois anos em projetos ecológicos que tenham como tema a água, doce ou do mar. O Programa Petrobras Ambiental destinará R$ 40 milhões para iniciativas, com duração máxima de 24 meses. Poderão candidatar-se projetos de preservação ambiental novos, em andamento ou em fase de planejamento.
Os projetos devem ter como objetivo desenvolver e/ou apoiar iniciativas que compreendam ações de recuperação e conservação de nascentes e matas ciliares: a construção da consciência sobre o uso responsável da água e capacitação e mobilização para a gestão de recursos hídricos. Cada proposta pode pleitear um patrocínio máximo de R$ 3 milhões para suas ações, respeitando o teto de desembolso anual de R$ 1,5 milhão. Mais informações podem ser obtidas no site www.petrobras.com.br. (Agência Fapesp)
Rio, 7/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - A Petrobras não deve alterar mais os preços dos derivados do petróleo até o final deste ano, principalmente a gasolina, cujo preço está estabilizado desde a queda de 10% anunciada pela empresa em abril deste ano. A afirmação foi feita hoje nesta sexta-feira, no Rio, pelo diretor de Abastecimento da Petrobras, Rogério Manso, durante solenidade de inauguração de exposição pelos 50 anos de fundação da estatal, na sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).
Segundo Manso, os preços deverão se manter equilibrados no atual patamar pelo menos até o final do ano. "A estabilidade decorre do fato de que os movimentos do dólar e do preço do petróleo, praticamente, vêm se mantendo em equilíbrio: hora cai um e sobe outro, hora é o contrário", explicou. As exceções são os preços do querosene de aviação e da nafta, cuja política de preços prevê reajustes mensalmente.
Manso admitiu, no entanto, que o consumo de derivados no país acompanhou a economia e fechou o primeiro semestre em queda de 4% a 5%, tendência que deve se manter no fechamento do ano, apesar dos ligeiros indícios de recuperação econômica previstos para o quarto trimestre. "Há ainda a questão da substituição de derivados, com o gás natural tomando espaços da gasolina e do óleo combustíveis", concluiu.
Brasília, 7/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - Embora reconheçam estar diante de um grande desafio, pesquisadores da Embrapa acreditam que até 2006 possam indicar aos produtores da Amazônia variedades de açaizeiros que tenham uma produção concentrada no primeiro semestre - o chamado açaizeiro temporão. Desta forma, estariam reduzindo os problemas que a população local enfrenta quando chega a entressafra - entre os mais significativos estão a elevação do preço do produto, que pode aumentar em até a 500% se comparado à época de safra.
O pesquisador João Tomé de Farias Neto, especialista em melhoramento de fruteiras da Embrapa Amazônia Oriental, em Belém (PA), explica que até a década de 80 a produção de frutos de açaí provinha quase que exclusivamente do extrativismo. A partir de 90 ela passou a incluir frutos originários de açaizais nativos manejados e de cultivos realizados em áreas de várzea e de terra firme. "Estima-se que hoje, 80% da produção é oriunda do extrativismo, ou seja, coletada em populações naturais e o restante proveniente de açaizais nativos submetidos a manejo e de áreas cultivadas", completa Neto.
O crescente interesse por essa fruteira nativa da Amazônia, que cientificamente é conhecida por Euterpe oleracea Mart, ainda segundo Neto, deve-se à conquista do açaí em outros mercados, outras regiões. A venda de polpa de açaí congelada, que segue para outros estados, tem aumentado em taxas anuais superiores a 30%. O pesquisador informa que são são cerca de 10 mil toneladas que deixam o Pará rumo ao mercado interno e mais 1000 toneladas que seguem para outros países na forma de mix.
É essa exportação o motivo principal da escassez do produto e da elevação dos preços ao consumidor local em grande parte do ano, principalmente no período de entressafra que acontece de janeiro a junho, exatamente o que a pesquisa busca corrigir a partir do açaí temporão. E a constatação científica que a espécie é alógama, ou seja, originária de cruzamento entre plantas e que apresenta uma ampla área de ocorrência, mostra, por outro lado, que há uma grande variação de tipos de açaizeiros com características diferentes entre si, como precocidade (início da produção), rendimento de suco, produtividade de frutos, produtividade de polpa, época de produção etc. Um bom exemplo da diversidade são as variedades: açaí roxo ou preto, açaí branco, açaí-açu, açaí- espada e açaí- sangue-de-boi. (Ascom Embrapa Am. Oriental)