Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O vice-presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Compra de Votos, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), afirmou pouco antes de começar o depoimento do empresário, que "espera que Marcos Valério fale hoje toda a verdade". Ele disse que os parlamentares pretendem que ele esclareça três pontos. O primeiro deles, quando começou o esquema de repasse de recursos a parlamentares. "Temos informações, sobre 1998, 2003 e 2004. Mas há um grande mistério ainda que envolve 2002, que foi a eleição dos atuais deputados, senadores e governadores, e a eleição de 2000."
O vice-presidente disse que a segunda questão que a CPMI quer saber é quem financia esse esquema. "O volume de recursos que circula pelas contas do senhor Marcos Valério e de suas empresas é muito superior do total de seus contratos", disse.
De acordo com o deputado, os parlamentares querem também a relação completa das pessoas que receberam recursos do empresário. "Quais, ao longo dos últimos anos, comprovadamente, desde 1998, quando Eduardo Azeredo concorreu à reeleição em Minas Gerais, até agora, são os partidos e políticos que foram de alguma forma beneficiados por esse esquema".
Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O empresário Marcos Valério deu início a seu depoimento hoje (9) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Compra de Votos. Ele é apontado como operador do suposto esquema de pagamento de mesadas a parlamentares, o chamado "mensalão".
Marcos Valério começou o depoimento pedindo desculpas "ao Brasil e aos parlamentares" por ter omitido informações na CPMI dos Correios, em seu primeiro depoimento, no dia 6 de julho. Ele disse que como os empréstimos foram para um partido, estava esperando que esse partido se pronunciasse sobre o assunto. Na Procuradoria Geral da República, Marcos Valério teria confirmado que os empréstimos foram para o PT.
Ele disse ainda que vai contar hoje, durante o depoimento, todos os fatos e reuniões que presenciou, mas que muitas vezes não terá provas a apresentar.
O empresário, protegido por um habeas corpus emitido pelo Supremo Tribunal Federal, depõe como investigado e não como testemunha. Assim, ele não é obrigado a responder as perguntas dos parlamentares.
Benedito Mendonça
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), disse hoje (9), que as quatro primeiras representações encaminhadas pela presidência da Câmara à Mesa Diretora, pedindo a cassação de parlamentares "são processos simples" que deverão estar concluídos "em 15 e não em 90 dias como muitos estão pensando".
As representações, que pedem a cassação dos deputados Sandro Matos (PTB-MG), Neuton Lima (PTB-SP), Joaquim Francisco (PTB-PE) e Alex Canziani (PTB-SP), e mais duas, contra os deputados Francisco Gonçalves (PTB-MG) e Romeu Queiroz (PTB-MG) foram protocoladas pelo Partido Liberal (PL). Essas últimas ainda não chegaram ao Conselho de Ética. Também estão para ser encaminhadas as representações contra os deputados José Dirceu (PT-SP) e Sandro Mabel (PL-GO).
"Nos casos das primeiras quatro representações encaminhadas ao Conselho de Ética não há indícios de corrupção e não existe prova alguma contra nenhum desses parlamentares", informou Izar. Ele disse que já nomeou uma subcomissão de três membros que ficará encarregada de "analisar a admissibilidade dessas representações". Izar acredita que se não houver indícios de culpa será possível pedir o arquivamento dos processos.
"Coloco em votação e arquivo", afirmou, enfatizando que "todos terão direito à mais ampla defesa prévia". Uma reunião ordinária está marcada para a tarde de hoje para que o Conselho de Ética proceda ao encaminhamento dessas representações.
Ontem, o presidente da Câmara, deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), enviou apenas as quatro primeiras representações. Em nota oficial, ele explicou que o encaminhamento seguiu a ordem em que as representações foram protocoladas. Segundo a nota, os documentos serão encaminhados na ordem cronológica de apresentação.
O Conselho de Ética investiga a quebra de decoro parlamentar do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), por suposta participação de esquema de corrupção nos Correios. Segundo Izar, o processo do deputado Jefferson deverá ser concluído em mais 20 ou 30 dias. "Eu só não terminei porque o PL apresentou uma nova representação contra o deputado e, para ganhar tempo, já apensei (juntei) à primeira", explicou.
No caso da representação contra José Dirceu, Izar explicou que existe a interpretação de que ele teria foro privilegiado, uma vez que exercia o cargo de ministro de Estado. Nesse caso, ele responderia ao Supremo Tribunal Federal (STF) e não ao Conselho de Ética. Para o deputado, a justificativa não procede.
"Ele deu a entender, no dia do seu depoimento, que se cometeu alguma irregularidade o fez como ministro e não como deputado e o Conselho de Ética não poderia julgá-lo", disse Izar. Ele lembrou que já existe parecer da Assessoria Técnica Legislativa de que Dirceu pode, sim, ser julgado pelo Conselho de Ética.
Sobre a representação contra o deputado Sandro Mabel (PL-GO), Izar confirmou que não existe nenhuma prova de que o parlamentar tenha repassado dinheiro a deputados da base aliada.
Ivan Richard
Da Agência Brasil
Brasília - O presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB), afirmou hoje (9) em entrevista coletiva no Senado, que o ex-advogado da Gtech, Enrico Gianelli, está sendo reconvocado para depor na Comissão, não como advogado da empresa, mas como um operador entre Caixa Econômica Federal (CEF), a Gtech e Rogério Buratti. "Ele foi além das balizas da profissão. O depoimento dele é de maior importância para esta CPI", afirmou o presidente.
Gianelle tinha depoimento marcado para esta tarde na CPI dos Bingos, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) lhe concedeu liminar porque ele foi convocado como advogado da Gtech e, nessa situação, poderia manter em sigilo suas relações com a empresa. "Vamos ouvi-lo como cidadão e não com advogado. Aprovaremos hoje o requerimento e ele deve vir na próxima terça-feira", disse.
O presidente afirmou que Gianelle, após seu depoimento à Polícia Federal, trocou e-mails com a assessoria da comissão afirmando que, se convocado, viria depor sem nenhuma restrição. "Mas não foi isso o que aconteceu", afirmou.
Daqui a pouco, a CPI dos Bingos ouve o depoimento de Rogério Buratti, citado pelos dirigentes da Gtech como consultor indicado por Waldomiro Diniz para agir na renovação do contrato da Caixa com a Gtech. Buratti pediu habeas corpus ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas teve a solicitação negada. No entendimento do STF, ele é considerado investigado perante a Justiça e pode ser preso caso se recuse a falar a verdade ou seja pego em contradição.
"Não estamos pensando em prender ninguém. O que a CPI precisa é que o depoimento do senhor Buratti traga a verdade, porque é isso é que interessa ao país", disse o presidente da comissão.
Luciana Vasconcelos e Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O senador Amir Lando (PMDB-PI), presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Compra de Votos, que investiga as denúncias de um suposto pagamento de mesadas para parlamentares, o chamado mensalão, disse que será realizada amanhã (10) uma sessão conjunta com a CPMI dos Correios.
Cristiano de Mello Paz, sócio do empresário Marcos Valério na agência SMP&B, deveria depor hoje na CPI dos Correios, mas como tem o mesmo advogado de seu sócio - que está depondo na CPI do Mensalão -, a sessão foi transferida para amanhã.
Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe hoje (9) o presidente de Gâmbia, Yahya Jammeh, que visita o país pela primeira vez. Os dois governos vão firmar acordo de cooperação técnica que prevê as normas para futuros projetos comuns, segundo informações do Ministério das Relações Exteriores.
A visita de Jammeh faz parte da estratégia do governo brasileiro de aproximar o páis do continente africano. O comércio entre as duas nações ainda é pouco significativo para o Brasil. Em 2004, as exportações para Gâmbia somaram US$ 30,947 milhões e as importações não ultrapassaram US$ 5 milhões, conforme levantamento do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Os produtos brasileiros mais exportados são açúcar, carnes, pimenta, arroz, bombons e cerâmica. O Brasil é o quarto maior fornecedor de Gâmbia. O papel é um dos materiais mais importados do país africano.
Yahya Jammeh conhecerá instalações da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), assistirá uma apresentação da indústria aeronáutica brasileira e terá encontro com o presidente do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict).
Cecília Jorge
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O novo secretário executivo do Ministério da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, assumiu o cargo defendendo a necessidade de melhorar o serviço de atendimento dos segurados. Mais do que superar o déficit financeiro, Gabas afirmou que a Previdência Social precisa superar um grande déficit social.
"Os nossos serviços constrangem a sociedade. Quando um segurado tem que chegar um dia antes e dormir numa fila, isso é constrangimento. Então, esse tem ser o nosso foco: a melhoria da prestação dos nossos serviços", disse.
Gabas é bacharel em Ciências Contábeis e ocupava o cargo de superintendente do INSS em São Paulo desde 2003. Ex-diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência, o secretário executivo exerceu também o cargo de coordenador de qualidade do Programa de Qualidade do Serviço Público do Ministério do Planejamento.
Carolina Pimentel
Reportera Agencia Brasil
Brasilia - El presidente Luiz Inacio Lula da Silva recibe este martes a su colega de Gambia, Yahya Jammeh, quien visita a Brasil por primera vez. Los dos países van a firmar un acuerdo de cooperación técnica que prevé normas para proyectos comunes, informó el Ministerio de Relaciones Exteriores de Brasil.
La visita de Jammeh es parte de la estrategia del gobierno brasileño de aproximarse al continente africano. En 2004 Brasil exportó para Gambia US$ 30.947.000, e importó 5.000.000, según el Ministerio de Desarrollo, Industria y Comercio Exterior.
Los productos brasileños más exportados son azúcar, carnes, ají, arroz, caramelos y cerámica, lo que lo coloca como el 4º proveedor de Gambia, y las mayores importaciones del país africano son de papel.
El visitante conocerá las instalaciones de la Empresa Brasileña de Investigación Agropecuaria (Embrapa), asistirá a una presentación de la industria aeronáutica y se encontrará con el presidente del Instituto Brasileño de Información en Ciencia y Tecnología.
Traducción : Jaime Valderrama
Carolina Pimentel
Reporter - Agência Brasil
Brasília - Today (9), President Luiz Inácio Lula da Silva receives the president of Gambia, Yahya Jammeh, on his first visit to Brazil. The two governments will sign a technical cooperation agreement that establishes norms for joint projects in the future, according to information furnished by the Ministry of Foreign Relations.
Jammeh's visit fits into the Brazilian government's strategy of closer ties between Brazil and the African continent. Trade between the two nations is insignificant from the Brazilian standpoint. In 2004 Brazil exported US$ 30.947 million to Gambia, from which it imported no more than US$ 5 million, according to a survey by the Ministry of Development, Industry, and Foreign Trade.
The most important Brazilian exports to Gambia are sugar, meat, pepper, rice, candy, and ceramics. Brazil is Gambia's fourth biggest supplier. Paper is one of the products that Brazil most imports from Gambia.
Jammeh will visit installations of the Brazilian Agricultural Research Enterprise (Embrapa), attend a presentation by the Brazilian aviation industry, and meet with the president of the Brazilian Institute of Science and Technology Information (Ibict).
Translation: David Silberstein
Brasília - A matéria "Irmão do ex-tesoureiro do PL depõe na Polícia Federal" ficou errada das 9:35h até às 10:41h. A matéria afirmava que o depoimento seria de Jacinto Lamas, que é tesoureiro do Partido Liberal, mas é seu irmão, Antonio Lamas, quem deverá depor na PF. Por isso, o título e o texto foram alterados.