Camila Maciel
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Quase um terço dos bebês nascidos no estado de São Paulo em 2011 foi gerado por mulheres com idade entre 30 e 39 anos. O dado, apresentado hoje (8) pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade), mostra que houve um aumento da proporção de mães mais velhas. Em 2011, 32,1% estavam nessa faixa etária. Há 12 anos, o percentual era 24,1%. A taxa é ainda maior na capital, onde alcança 35,4%.
Entre essas mulheres, 25,8% deram à luz ao primeiro filho na faixa etária, ante 16,3% em 2000. "A fecundidade tardia está geralmente associada ao maior nível de instrução das mulheres, que vêm adiando cada vez mais a maternidade em função de melhores condições profissionais e econômicas", assinala o documento da fundação.
A proporção de mães com idade abaixo de 20 anos, por outro lado, diminuiu, ficando em 14,7%. Esse é o menor índice desde 1998. A região com maior taxa de gravidez na adolescência fica na área administrativa de Registro (21,2%), no litoral sul paulista. A capital, por sua vez, teve a menor taxa, com 13,2%.
O estudo, feito a partir de dados de Registro Civil reunidos no Sistema de Estatísticas Vitais da Seade, mostra que a fecundidade no estado permaneceu estável em 1,7 filho por mulher, na comparação com os anos anteriores. Em relação ao 2000, no entanto, houve redução de aproximadamente 20%, quando a taxa era 2,1 filhos.
A pesquisa chama atenção também para o elevado número de partos cesáreos. Dos 610.492 nascimentos registrados no estado, 60% foram cesarianas. "[Isso é] quatro vezes o limite de 15% preconizado como máximo pela Organização Mundial da Saúde", informa o documento. A taxa passou de 48,4% para 60% em pouco mais de uma década. "Além de elevada, essa proporção registra constante aumento ao longo dos anos, configurando-se em um problema de saúde pública", alerta a fundação.
Quando considerado o nível de escolaridade, a taxa de partos cesáreos aumenta a medida que a mulher têm mais anos de estudo. A proporção de cesarianas é inferior a 50% entre as que têm menos de oito anos de instrução. Entre mulheres com oito e 11 anos de estudo, a taxa salta para 57%, e supera os 80% entre as mais escolarizadas.
Os anos de estudo, que refletem a condição socieconômica da população, também têm influência sobre as condições de atenção à saúde da própria mãe, assim como das crianças. O levantamento aponta que 78,3% delas estiveram em pelo menos sete consultas de pré-natal, conforme orienta o Ministério da Saúde.
Quando esse dado é confrontado com o nível de escolaridade da mãe, no entanto, percebe-se que as com pouca instrução estiveram menos vezes nas consultas em comparação com as mais instruídas. A diferença chega a 68,9% (mães com menos de oito anos de estudo) e 88,9% (mais de 12 anos), respectivamente.
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Edição: Carolina Pimentel
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