Fernanda Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Uma manifestação organizada por entidades feministas e movimentos sociais fez hoje (8), Dia Internacional da Mulher, um apelo pelo fim das várias formas de violência contra a mulher. No começo da tarde, os manifestantes se concentraram na Praça da Sé de onde saíram em passeata pelas ruas do centro da capital paulista.
“Hoje, o nosso foco é a questão da violência contra as mulheres. São vários tipos de violência, seja a doméstica, seja a referente aos serviços públicos, em que a mulher, muitas vezes, acaba sendo desrespeitada até mesmo em uma unidade básica de saúde. Isso é uma violência psicológica para nós mulheres”, disse Maura Augusta Soares de Oliveira, representante da União Brasileira de Mulheres. Ela defendeu também o atendimento aos direitos da mulher. “Pedimos respeito pelas mulheres e, acima de tudo, que as pessoas comecem a entender que os nossos direitos precisam ser respeitados”, disse.
Tica Moreno, da coordenação nacional da Marcha Mundial das Mulheres, acredita que o fim desse tipo de violação contra as mulheres passa por uma conscientização pela igualdade dos sexos. “A gente está aqui denunciando a violência, mas não estamos só reivindicando a punição aos agressores. A gente está denunciando as relações de poder entre homens e mulheres, que tornam a violência contra a mulher uma atividade tão corriqueira”, disse. “Sabemos que as políticas públicas são importantes, mas achamos que a transformação na vida das mulheres depende de transformações mais profundas nas relação entre homens e mulheres”, completou.
Tica entende que até mesmo a maneira como a publicidade brasileira retrata a mulher pode ser vista como uma forma de violação. “São várias as formas de violência que mantêm as mulheres em uma situação de desigualdade na sociedade hoje. Cada vez que uma mulher é considerada uma mercadoria, seja por uma propaganda de cerveja, seja em uma relação de opressão com um homem, isso é uma violência para todas nós”, disse.
Márcia Balades, representante da Liga Brasileira de Lésbicas, destacou o fato de as mulheres homossexuais serem duplamente discriminadas. “A gente está aqui para combater a violência lesbofóbica. As mulheres lésbicas são muito invisíveis na sociedade e sofrem muita violência por ser mulher e também por ser lésbica”, declarou.
Ela lembrou dos obstáculos enfrentados pela população lésbica nos ambientes de trabalho e escolar. “As lésbicas sofrem violência no trabalho, na escola. A evasão escolar entre a população LGBT [Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros] é maior em relação à que não é. Não tem uma educação voltada para que as pessoas não sejam racistas, lesbofóbicas” , disse.
Márcia defendeu a aprovação do Projeto de Lei (PL) 122/ 2006, que criminaliza a homofobia no país. “A gente precisa convencer a sociedade de que nós somos iguais a todo mundo, precisamos aprovar o PL 122. Ele não vai acabar com a violência de uma hora para a outra, mas pelo menos vai coibir essa violência física e verbal”.
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Edição: Aécio Amado
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