Morte de juíza no Rio: magistrado quer transferir julgamentos para proteger jurados

18/08/2011 - 19h23

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A transferência para outra comarca dos processos em fase de julgamento na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo (RJ), que estavam sob responsabilidade da juíza Patrícia Acioli, foi defendida hoje (18) pelo presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj), Antônio César Siqueira. Patrícia foi executada com 21 tiros na quinta-feira (11), quando chegava em casa, em Niterói.

A medida, destacou Siqueira, visa a dar proteção aos jurados e garantir isenção nos julgamentos. “Não é razoável exigir de um cidadão comum que ele não tenha medo neste momento. E qual é o risco disso? Absolvição indevida. Às vezes, por um receio, um bandido que devia ser condenado acaba indo para a rua.” Segundo ele, o ideal é que os processos sejam transferidos para o Fórum Central, no município do Rio de Janeiro.

Siqueira participou de um ato em frente ao prédio do Tribunal de Justiça, quando foi feito, às 17h, um minuto de silêncio em homenagem a magistrada assassinada. O gesto foi repetido, no mesmo horário, em diversas cidades do interior fluminense.

A juíza aposentada e ex-deputada federal Denise Frossard também participou da manifestação. Neste momento, assinalou ela, o Judiciário tem que ser extremamente severo com os criminosos. “A exemplo da Itália, os juízes devem tomar com mão de ferro o combate ao crime organizado. A solução virá com a atitude de não se tolerar esse ataque à democracia [a morte de Patrícia].”

Denise Frossard, foi responsável por desmontar o esquema de atividades ilegais dos bicheiros no estado, na década de 90. À época, ela mandou para a cadeia os principais chefes do crime organizado.

Edição: João Carlos Rodrigues