Câmara tripartite informal acompanha mercado de combustíveis no país, diz presidente da Petrobras Distribuidora

18/08/2011 - 20h02

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O presidente da Petrobras Distribuidora (BR), José Lima Neto, disse hoje (18) que o governo criou uma câmara tripartite "informal" que se reúne quinzenalmente para avaliar o mercado de combustíveis e a possibilidade de ter que reduzir o percentual de adição do álcool anidro à gasolina.

Lima Neto admitiu que o consumo de etanol vem caindo progressivamente, o que vai, segundo ele, colocar mais pressão sobre a procura pela gasolina. Ele, no entanto, disse não ter condições de avaliar a necessidade ou não de reduzir o percentual do etanol adicionado à gasolina, que hoje é 25% de álcool para cada litro de gasolina.

“O governo vem acompanhando isto com muita atenção, e já vem chamando para conversar os setores de produção e distribuição. Na verdade, foi criada informalmente uma câmara tripartite [governo e os atores envolvidos, produtor e distribuidor] e vem quinzenalmente fazendo reuniões para discutir se há ou não esta necessidade [de redução do percentual de adição do etanol anidro à gasolina]”.

Além da informalidade da reunião com produtores e distribuidores, o governo vem acompanhando de perto o problema na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e com os ministérios envolvidos para, se necessário, tomar esta medida em algum momento. “Agora, eu não posso dizer que o governo vai ou não tomar essa decisão [de reduzir o percentual do etanol adicionado à gasolina]. São os números que vão decidir, e eles indicam que até agora que não houve a necessidade. Agora, se vai haver ou não lá na frente, eu precisaria de uma bola de cristal para lhe responder”, disse.

O presidente da BR esteve hoje no Centro Tecnológico do Fundão, na zona norte do Rio, para a inauguração do Laboratório Central de Pavimentação BR, o primeiro centro de referência voltado para o aumento da durabilidade e do desempenho do asfalto usado no país. Com investimentos de R$ 4 milhões, o laboratório tem à sua disposição tecnologias comparáveis às aplicadas pelos principais produtores mundiais de pavimentação asfáltica, como a França, a Alemanha e os Estados Unidos.

Atualmente, a BR detém, junto com a sua controlada Iasa (adquirida por ocasião da compra da Ipiranga), 35% do mercado de cimento asfáltico do país, que chega a movimentar R$ 3 bilhões por ano. Entre outras funções, o laboratório oferecerá assistência técnica aos projetos de pavimentação asfáltica dos clientes da BR e testará as diversas condições e opções do uso do cimento asfáltico.

“Vamos testar novas misturas e camadas de revestimento com tecnologias até então não utilizadas no país”, explicou o presidente da empresa, ao lembrar que, com a implantação do novo laboratório, a BR reunirá, em um só lugar, os equipamentos de última geração disponíveis nos mercados nacional e internacional e a mão de obra qualificada necessária.

A partir da criação do Laboratório Central de Pavimentação BR, a Petrobras Distribuidora assinou dois termos de cooperação tecnológica, em conjunto com a Petrobras: um com a concessionária Rota das Bandeiras e outro com a CCR, concessionária da Ponte Rio-Niterói e de rodovias como a Presidente Dutra, a Via Lagos e o Sistema Anhanguera-Bandeirantes.

Pelo acordo, as concessionárias receberão, por três anos, apoio tecnológico de modo a aumentar a durabilidade e o desempenho da pavimentação asfáltica usada nas rodovias sob concessão. Os testes ocorrerão em trechos experimentais selecionados pelas empresas.

 

Edição: Aécio Amado