Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse hoje (18) que não vê a necessidade de o Brasil elaborar qualquer pacote de medidas para atenuar os efeitos da crise econômica internacional que afeta, principalmente, os Estados Unidos, a Europa e o Japão.
Ele ressaltou que o mercado brasileiro não foi afetado pela atual crise global e, além disso, não se sabe quais serão seus desdobramentos. “Não há necessidade de nada extraordinário”, observou, depois de participar do 30º Encontro Nacional do Comércio Exterior (Enaex 2011), no Rio de Janeiro. Ele também destacou a importância dos investimentos públicos e privados em inovação tecnológica para ampliar a competitividade da indústria brasileira.
O presidente do BNDES disse que a dinâmica no mundo, hoje, é de desaceleração das economias desenvolvidas, embora sem “efeitos dramáticos” no que se refere à oferta de crédito no sistema internacional e avaliou que o Brasil tem condições de ampliar sua produtividade nos próximos anos e apresentar uma trajetória mais firme de crescimento.
Coutinho lembrou que faz parte das prioridades do país a melhoria dos processos produtivos e que as empresas de pequeno e médio porte estão recebendo estímulo para aderirem a esse processo. “Se nós quisermos continuar conciliando um processo saudável de aumento do emprego, melhoria da distribuição de renda, com sustentação de rentabilidade empresarial, para que haja reinvestimento dos lucros no sistema, nós precisamos de mais ganho de produtividade.”
O presidente do BNDES comentou, ainda, a possível necessidade de captação de recursos, pela Petrobras, no mercado, para fazer frente aos investimentos de US$ 224,7 bilhões programados até 2015, estimada pelo presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, nesta semana.
Coutinho acredita que não haveria dificuldades, diante do cenário de crise, de captação dos US$ 91 bilhões estimados por Gabrielli, mas espera que o BNDES não precise complementar esses recursos. “Nós esperamos que não, porque o BNDES está sobrecarregado”. Mas, para Coutinho, a Petrobras não terá necessidade de captar esse montante. “Nós estamos falando de cinco anos. Eu acho que o mercado, em uma escala menor, pode suprir perfeitamente”.
Edição: Lana Cristina