Tarso nega crise entre o Ministério da Defesa e a Secretaria Especial de Direitos Humanos

30/12/2009 - 13h41

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Justiça,Tarso Genro, disse hoje (30) que não há “nenhuma controvérsiainsanável” entre o Ministério da Defesa e a Secretaria Especialde Direitos Humanos em relação ao decreto que institui o Programa Nacional de Direitos Humanos, assinado pelo presidenteLuiz Inácio Lula da Silva no último dia 21.Matérias publicadashoje (30) na imprensa afirmam que o decreto deixou os militaresirritados e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, chegou a apresentaruma carta de demissão a Lula por discordar de pontos do programa.Segundo informações divulgadas por jornais, Jobim avalia que essasmedidas representariam revanchismo em relação aos militares quetiveram participação ativa durante a ditadura que governou o paísentre 1964 e 1984.O pedido de demissãode Jobim teria sido acompanhado pelos comandantes da Marinha, Aeronáutica e do Exército. Lula teria se recusado a aceitá-lo e prometido analisar melhor o assunto. Dois os itens doprograma teriam contrariado os militares: apossibilidade de revisão da Lei de Anistia e a criação da Comissão Nacional da Verdade, que poderá investigarfatos ocorridos durante a ditadura militar. A criação da comissãodepende do envio de proposta do Executivo para apreciação doCongresso Nacional.Tarso Genro tambémnegou que Jobim e os comandantes militares tivessem pedido demissão. “Não há nenhum pedido dedemissão e nenhuma controvérsia insanável entre o Ministério daDefesa e a Secretaria Especial de Direitos Humanos. O presidente estátranquilo e vai resolver isso com sua capacidade de mediação depoisde voltar de férias.”De acordo com o ministro, asituação não provocou qualquer anormalidade. “Não tem nenhumtipo de alarme ou de preocupação. É um debate normal, que jávinha ocorrendo e que agora o presidente vai dar a palavra final”,disse Tarso, após se reunir com Lula, no Palácio da Alvorada.