Copom se reúne para decidir se diminui mais ou mantém a Selic em 8,75% ao ano

01/09/2009 - 20h01

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Comitê dePolítica Monetária (Copom) do Banco Central (BC)realizou hoje (1º) a sexta reunião do ano para definir osrumos da taxa básica de juros (Selic), que está em8,75% ao ano, o nível mais baixo de todos os tempos. A taxa remunera os títulos públicos federaisdepositados no Sistema Especial de Liquidação eCustódia (Selic).A reunião é desmembradaem dois dias, e só amanhã (2), no início danoite, será anunciado o posicionamento do colegiado dediretores do BC. Mas, se depender da sinalização dadana ata da última reunião do Copom, realizada nos dias 9e 10 de junho, a taxa deve permanecer em 8,75%, encerrando um ciclode afrouxamento da política monetária, iniciado emjaneiro deste ano quando a Selic estava em 13,75%.Essa é,pelo menos, a interpretação dos analistas financeirosouvidos em pesquisa do BC, na última sexta-feira (28), parasaber as tendências do mercado sobre os principais indicadoresda economia. A pesquisa deu origem ao boletim Focus, divulgado ontem(31), onde a maioria dos analistas aposta na manutençãoda taxa básica de juros em 8,75%.Essa é aexpectativa do economista José Góes, da corretora WinTrade. Ele disse que “existem fortes chances do Copom nãopromover um novo corte” da taxa Selic. “Como amaioria dos indicadores mostra que a retomada da economia brasileirajá está em vigor, o Copom deve, de fato, encerrar ociclo de afrouxamento monetário”, afirmou. De acordo comGóes, apesar do bom comportamento dos preços no curtoprazo, o BC deu claros sinais na ata da reunião passada de queo atual patamar de taxa de juros, por ora, estimula a economia e écompatível com o atual quadro inflacionário. “Destaforma, a reunião do Copom desta semana não deve trazergrandes surpresas”, disse.A economista-chefe do bancoFibra, Maristella Ansanelli, também acredita que o Comitêvai manter a taxa atual. Segundo ela, a ata da reuniãoanterior manifestou intenção de encerrar o ciclo deflexibilização da política monetária.Isso, aliado à ausência de mudanças importantesno cenário macroeconômico de lá para cá,“torna a decisão pela manutenção a maisprovável”, afirmou. Maristella Ansanelli disse ainda que nãovê pressões inflacionárias em 2010. Razãopor que acredita na manutenção do patamar de jurosbásicos também ao longo do próximo ano. Aperspectiva para 2011, porém, é de “possívelalta da Selic, especialmente por causa de uma política fiscalexageradamente expansionista”, completou.