Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Com o passar do tempo,a reforma universitária se tornou “anacrônica” por causa dasmedidas tomadas pelo governo em relação ao tema nos últimos quatroanos, disse hoje (1º) o ministro da Educação, Fernando Haddad. “Sequisermos retomar o texto, vamos ter que ser muito ousados e pensarnum país daqui a dez ou 15 anos”, afirmou ele, ao falar na comissãoespecial da Câmara dos Deputados que analisa o projeto do Executivosobre a reforma universitária.Segundo o ministro, oatraso de mais de quatro anos na discussão da proposta prejudicou otexto e estimulou o Executivo a tomar uma série de medidas einiciativas para o desenvolvimento do ensino superior no Brasil. “OEstado assumiu integral responsabilidade em relação ao magistério.O quadro hoje é outro”, disse.Entre as medidastomadas nesse período, o ministro citou a adoção do Exame Nacionaldo Ensino Médio (Enem) como única forma de processo seletivo.Segundo ele, cerca de 50 universidades públicas vão passar a adotaro Enem como único processo de seleção. De acordo com Haddad,algumas questões do projeto já estão na legislação em vigor,como as que ampliam a autonomia para as universidades.Segundo o ministro,diante das medidas tomadas nesses anos em que o projeto ficou naCâmara sem ser votado, torna-se imprescindível adaptar o texto auma nova realidade, promovendo mudanças significativas no projeto emdiscussão pelos deputados. Na opinião dele, se o Congresso acharpor bem retomar a discussão do texto será necessário capturartodos os avanços, sob pena de aprovar um projeto anacrônico. “Ocenário é outro.”