Lula diz que Brasil vive seu melhor momento de respeito econômico e político no mundo

14/04/2009 - 17h45

Lúcia Nórcio
Enviada Especial
Telêmaco Borba, Paraná - “O Brasil vive o seu mais importante momento de respeitabilidadepolítica e econômica no mundo. Não acredito que tenha vivido um outrotão importante, onde tantas coisas confluem para fazer com que arespeitabilidade ao Brasil aumente cada vez mais. Qual é o país domundo hoje que é o porto seguro para investimentos?", argumentou opresidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seu discurso para os convidados da celebração dos 110 anos da empresa Klabin, hoje (14), em Telêmaco Borba, no Paraná.Para Lula , isso não aconteceu por acaso. “Se não tivéssemos feito os sacrifícios que deveríamos fazer, se tivéssemos gasto o tanto que as pessoas queriam em alguns momentos, não teríamosessa situação”, afirmou. O presidente lembrou que, quando surgiu acrise, ele sempre dizia que não seria a mesma dos Estados Unidos,Europa ou Japão. “O Brasil tinha os fundamentos da economia maissólidos, reservas para garantir as exportações e um mercado internoávido por consumir o que produzimos”, disse Lula.O presidente afirmouque, às vezes, chega a pensar que 50% do resultado da crise foi o pânicoque tomou conta da sociedade. Ele lembrou que disse isso, recentemente, ao presidente do Estados Unidos, Barack Obama. “Se não houver um movimento  mundial para convencer o consumidor a acreditar no seu poder  de consumo e comprar o que precisa para a indústria produzir e o comércio vender, a economia do mundo inteiro vai parar”.Na opinião do presidente, o Brasil teve sérios problemas no último mês de dezembro, “sem razão de ser. A brecada na economia em dezembro não tem explicação, como não tem  explicação o petróleo chegar a U$ 150 dólares o barril ou a soja explodir o preço em maio do ano passado”.   Mas há males que vêm para o bem, citou Lula. “Nenhum presidente do Brasil teve a felicidade de terparticipado em Londres da reunião do G20. Foi a primeira vez que ospaíses ricos estavam humildes, não tinham certeza do que fazer e nemdavam conselhos”, argumentou. Segundo ele, "fomos respeitados como um país que saiu da condição de devedor para se colocar como credor".“Ao invés deresolverem os problemas deles muitas vezes tentavam resolver os nossos.Cheguei a dizer que, na próxima reunião, seria  importanteque cada país ao pedir a palavra descrevesse a sua real situaçãointerna, sua indústria, comércio. Porque durante séculos o que fizeramfoi dar palpites”. Todos os presentes concordaram, lembrou. “Foi areunião mais produtiva do meu mandato”, enfatizou.Lula terminou seu discurso contandoque não lê jornais quando acorda, “senão a azia explode. Enquanto noexterior há otimismo em relação ao Brasil, aqui tem pessimismo. Temalguma coisa errada”, observou. O ponto de equilíbrio, de acordo comele, é a ação. Ser arrojado, ousar mais. Nesteponto, cumprimentou os empresários da Klabin, os investimentosrealizados, disse que ficou surpreso ao saber que 70% das peças usadasna fábrica são de produção brasileira. Lula disse que o Brasil tem 60 milhões de hectares de terra degradadas que podem servir para reflorestamento. “Podemos fazer uma revolução e nos tornarmos o maior produtor de papel e celulose do mundo, e isso, em pouco tempo”, concluiu o presidente Lula.