Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A decisão de aumentar de 20% para 23% o percentual de álcool na gasolina trará equilíbrio de preço para os produtores de álcool e poderá reduzir o custo da gasolina nas distribuidoras em 1,5%. A previsão é do diretor do Departamento da Cana-de-Açúcar e de Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ângelo Bressan. Em entrevista coletiva, ele afirmou que "a medida tranqüiliza o setor sucro-alcooleiro, que está com estoque de 5,1 bilhões de litros, e ainda tem para colher 20% da safra, a partir do final de  novembro". A decisão do governo federal também garantirá, segundo Bressan, que "o preço do álcool faça surpresas na entressafra de abril, como no ano passado, quando o percentual de mistura teve que ser reduzido de 25% para 20%, porque o preço estava muito alto". A partir de 1º de maio de 2007, na próxima colheita da cana-de-açúcar, o país ainda terá estoque de 614,3 milhões de litros de álcool. Se a mistura à gasolina estivesse em 20%, o estoque seria de 921,2 milhões de litros, mas vai haver elevação de consumo de 60 milhões de litros de álcool, com o percentual em 23%.Neste ano, a produção de cana-de-açúcar cresceu 10% e foram instaladas seis novas unidades produtoras de álcool. Para  2007, o diretor prevê a inauguração de 12 unidades. "Os produtores fazem investimentos muito altos, por isso precisam ter garantia na estabilidade de preços", afirmou Bressan, que descartou a possibilidade de as usinas optarem por maior produção de açúcar, porque os estoques também estão altos.O diretor ainda destacou a contribuição ambiental com o uso de maior percentual de álcool na mistura à gasolina: "Toda vez que se queima produto de origem fóssil, tira-se carbono do fundo da terra para a atmosfera, aumentando a poluição do ar".