Thiago Brandão*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Defesa, Waldir Pires, negou hoje (31) que a presença de militares no controle do tráfego aéreo esteja na raiz dos problemas da área no país. Ele argumentou que o controle é exercido com profissionalismo por uma parcela de civis e uma parcela de militares."Independentemente [de o controle ser gerenciado por civis ou militares], temos os melhores índices de controle de vôo do mundo, no nível dos Estados Unidos e da Europa", disse, respondendo a crítica de diretor do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Proteção ao Vôo.Após reunião com autoridades aeronáuticas e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Pires falou que estão sendo tomadas medidas para "fortalecer a institucionalidade do controle de tráfego aéreo". Ele anunciou a realização de concurso público para contratação imediata de 64 controladores de vôo civis e a previsão de que, posteriormente, se contratem outros 144 profissionais, também por concurso.De acordo com o Comando da Aeronáutica, o edital do concurso para as primeiras contratações será publicado na segunda-feira (6). "Isso é feito para fortalecer institucionalmente o controle e a proteção do espaço aéreo", comentou Pires. Em entrevista à Agência Brasil, o diretor do sindicato nacional disse hoje que uma das soluções para acabar com a sobrecarga de trabalho dos controladores de vôos é tirar o Departamento de Controle do Espaço Aéreo do Comando da Aeronáutica. Ele afirmou que o órgão é usado como garantia de mercado para oficiais da reserva. Também defendeu a criação de uma "universidade do ar", que formaria profissionais civis para o setor.