Morte do Pai Agenor deixa cultura brasileira de luto, diz ministro interino

17/07/2004 - 19h59

Spensy Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro da Cultura interino, Juca Ferreira, divulgou há pouco, por meio de sua assessoria, nota em que lamenta a morte do líder religioso Agenor Miranda da Rocha, de 96 anos. "Com o falecimento do professor Agenor, a cultura brasileira perde uma das últimas pontes entre aqueles que, vindos da África, viveram diretamente o período da escravidão, e a moderna sociedade brasileira", disse Juca. "Seus ensinamentos serão eternos, e a cultura brasileira está de luto por essa perda irreparável".

Pai Agenor era uma das maiores autoridades sacerdotais do candomblé brasileiro. Foi, segundo Juca Ferreira, "o último grande babalaô da tradição nagô". Tinha o título de Oluô, "o homem que vê", sendo a grande sumidade brasileira no jogo do Ifá, oráculo de origem africana.

Nascido em Angola, Agenor foi iniciado por Mãe Aninha, fundadora do Ilê Axé Opô Afonjá, um dos mais tradicionais terreiros de Salvador, onde o ministro da Cultura, Gilberto Gil, tem o título de ministro de Xangô.

"Ele deixa uma gama de conhecimentos que a cultura brasileira ainda está absorvendo, com vasto número de seguidores e admiradores", completou Juca Ferreira.

O Pai Agenor faleceu sexta-feira, em Niterói.