Olga Bardawil
Repórter da Agência Brasil
Fortaleza - O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem terra – MST – João Pedro Stédile não vê nenhuma vantagem no superávit comercial gerado pelo agronegócio. Na opinião dele, "só é bom para quem é dono, porque ele ganha dinheiro". Para Stédile,que veio à capital cearense para um debate com alunos de comunicação na Universidade Federal do Ceará, o agronegócio está longe de beneficiar o país.
"É claro que os meios de comunicação e os grandes fazendeiros deste país utilizam a propaganda, como se o agronegócio fosse uma grande solução para os problemas brasileiros. Mas o agronegócio produz dólar e pobreza". Stédile argumenta que "o dólar que nós recebemos da soja, da cana de açúcar, da laranja, é usado para pagar dívida externa".
"Todos esses produtos agrícolas que os economistas enchem a boca para falar que aumentou a exportação, as empresas que exportam não são agricultores brasileiros. Quem controla a expoertação de soja é Bunge, Cargill, Monsanto. Que controla a exportação de laranja e de café também são grandes empresas internacionais".
Na avaliação de Stédile, o grande lucro do comércio exterior nem sequer fica com a agricultura brasileira, mas com essas grandes corporações, que "estão se lambuzando de faceiras, porque nunca ganharam tanto dinheiro no Brasil como estão ganhando agora".