Em Copacabana, Francisco pede aos jovens que assumam o papel de "protagonistas da história"

27/07/2013 - 21h20


Vinícius Lisbôa*
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A pregação do papa Francisco na Vigilia de Oração, em Copacabana, teve como ponto central a convocação aos jovens para que assumam o papel de “protagonistas” no processo de reconstrução da Igreja e na luta por um mundo melhor e mais fraterno. “Vocês são os construtores de um mundo melhor”, disse Francisco aos milhares de jovens de vários países que se aglomeram desde cedo na Praia de Copacabana.

O pontífice destacou que tem acompanhado as notícias, em todo o mundo, de jovens que saem às ruas para pedir uma sociedade mais fraterna e mais justa. “Vocês são os jovens que têm nas mãos a tarefa de serem os protagonistas da mudança. Não permitam que outras pessoas assumam essa tarefa”, pregou Francisco aos jovens.

O papa pediu aos jovens que perguntassem para si próprios “por onde começar” esse processo de mudança. Francisco conclamou aos presentes que não se esqueçam que “são o campo de fé, os atletas de Cristo, os construtores de uma Igreja cada vez melhor”.

Em um recado direto aos presentes na Praia da Copacabana, o papa destacou que “nunca esses rapazes estarão sozinhos”. Ele acrescentou, na sua pregação, que, em conjunto, [os jovens] fizeram como São Francisco de Assis fez, construíram a Igreja. “Nos tornamos protagonistas da história. Não fiquem para trás jovens, sempre no ataque, na linha de frente”, conclamou o pontífice.

No sermão, Francisco destacou, ainda, que São Pedro disse que as pessoas são como “pedras vivas” no processo de construção da Igreja. Ele acrescentou que Jesus pede que, cada um, ajude no processo de edificação da Igreja. “Ide e fazei discípulos em todas as nações. Quero me tornar um construtor da Casa de Cristo. Quero que pensem nisso”, pediu o papa.

Francisco usou o fechamento do Campus Fidei (Campo da Fé) para fazer uma comparação e dizer aos jovens que são eles o verdadeiro campo da fé, ideia que foi explorada em três dimensões: o campo como um lugar para semear, para treinar e para construir.

Ao falar de como semear, o papa pediu que os jovens não sejam cristãos pela metade, nem cristãos de fachada: "Sei que não querem ser cristãos de fachada, cristãos que levantam o nariz e nada fazem. Sei que querem ser cristãos autênticos".

Quando mencionou o campo como local de treinamento, Francisco comparou o cristão a um jogador de futebol e disse que há três formas de treinar: a oração, o sacramento e a ajuda ao próximo. "Jesus nos oferece uma coisa maior que uma copa do mundo, oferece uma vida fecunda, uma vida feliz. E não pede que paguemos entrada. A entrada é que entejamos em forma".

Foi na hora de falar da construção que o papa mencionou o protagonismo e os protestos, parte que encerrou lembrando Madre Teresa de Calcutá: "Uma vez perguntaram a Madre Teresa por onde deveriam começar a mudança na Igreja, e ela disse: Por mim e por você. Tinha garra essa mulher e sabia por onde começar. Comecemos por mim e por vocês. E se tenho que começar por mim, por onde começo? Cada um abra seu coração para que Jesus lhe diga", disse o papa, que concluiu: "vocês são os construtores de uma Igreja mais bela e de um mundo melhor".

Apenas as primeiras palavras e as últimas frases do discurso foram pronunciadas em português, já que a opção do papa foi por falar em espanhol. Com muitos gestos e expressões faciais para passar sua mensagem, o pontífice pediu em alguns momentos que os jovens fechassem os olhos e, em outros, que repetissem suas palavras, que foram muito aplaudidas e comemoradas com o grito que já se tornou símbolo da JMJ: "Esta es la juventud del papa".

*Com redação em Brasília

Edição: Marcos Chagas

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