Alana Gandra*
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O papa Francisco traz uma mensagem de esperança e “sobretudo um caminho de conciliação”, disse hoje (27) o ministro da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, Moreira Franco, um dos convidados para o encontro com o pontífice no Theatro Municipal. Segundo ele, durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) o papa chama a atenção para a capacidade de conciliação dos jovens para os caminhos do futuro sem abrir mão, entretanto, da experiência dos idosos, que permite incorporar valores que foram construídos ao longo do tempo.
O encontro reuniu políticos, dirigentes empresariais, personalidades da vida cultural, líderes religiosos e de movimentos sociais e representantes diplomáticos. Em seu discurso, o papa Francisco destacou que a sociedade é responsável pela formação das novas gerações, nas áreas política e econômica, primando pelos valores éticos. Ele destacou ainda a importância de se combater a pobreza.
“O futuro exige hoje a tarefa de reabilitar a política, que é uma das formas mais altas da caridade. O futuro nos exige também uma visão humanista da economia e uma política que logre cada vez mais e melhor a participação das pessoas, evite o elitismo e erradique a pobreza. Que a ninguém falte o necessário e se assegure a todos dignidade, fraternidade e solidariedade", disse o pontífice.
Para o cineasta Luiz Carlos Barreto, a visita do papa ao Brasil tem um resultado muito positivo em uma hora difícil, de manifestações. “E isto serve muito, de uma certa maneira, para amenizar esse clima de badernas. Ele está pregando uma coisa ecumênica. Ele não está com nenhuma mensagem sectária”. Para Barreto, o papa Francisco está se revelando uma pessoa de carisma e isso é importante para a Igreja Católica, que está vivendo uma crise. “O Brasil é um palco ideal para isto, porque está no foco mundial e é um país com uma das maiores populações católicas do mundo.”
O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), deputado Paulo Mello (PMDB), disse que o discurso do papa traz questões que pareciam abandonadas, como o bom samaritano e a solidariedade. “Eu acho que nós vivemos em uma sociedade onde o consumismo é muito contundente. Acho fantástico quando você vê uma pessoa que tenta transformar a Igreja e a transforma pela sua participação pessoal, pelo seu jeito especial, pela sua vida franciscana e pela sua dedicação às pessoas.”
A presidenta da Fundação Theatro Municipal, Carla Camurati, disse que todos os 2.200 lugares da casa de espetáculos foram ocupados pelos convidados para o encontro com o papa. O teatro preparou um programa especial para o evento, com apresentação da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal (OSTM), regida pelo maestro Silvio Viegas, e coro e alunas da Escola de Dança Maria Olenewa, mantida pela Fundação Theatro Municipal.
Na primeira parte do programa, a OSTM executou o quarto movimento das Bachianas nº 7 e Choros nº 10, ambas de autoria do maestro e compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos, e Maracatu Chico Rei, de Francisco Mignone. Na segunda parte, a orquestra tocou a música-tema da JMJ 2013, Onde reina o amor, e, ao final, o hino da cidade do Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa.
*Colaborou Paulo Virgilio
Edição: Andréa Quintiere
Todo conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir a matéria, é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil