Parlamento de Chipre rejeita plano de resgate

19/03/2013 - 18h19

Da Agência Lusa

Brasília – O Parlamento Cipriota rejeitou hoje (19) o plano de resgate dos credores internacionais que previa a aplicação de um imposto sobre depósitos bancários superiores a 20 mil euros. O plano de resgate financeiro foi rejeitado com 36 votos e nenhum voto favorável ao plano. Foram 19 abstenções.

No início do debate, o presidente do Parlamento, Yiannakis Omirou, tinha já apelado aos deputados para votarem contra a “chantagem” do acordo negociado com a Troika (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional).

O desafio de Yiannakis Omirou teve uma imediata aceitação entre deputados de várias formações políticas, a insurgirem-se contra a sugestão de um imposto sobre os depósitos bancários, enquanto milhares de pessoas manifestavam no exterior do edifício pela rejeição do acordo anunciado no sábado (16) pelos credores internacionais.

“Apenas existe uma resposta: não à chantagem”, considerou Omirou, do Partido Socialista Edek. “A nossa exigência é que este acordo deve ser renegociado. Se este imposto for aprovado, nenhum investidor estrangeiro manterá aqui o seu dinheiro”, avisou.

Os deputados do partido do presidente conservador Nicos Anastasiades, o Disy, decidiram por unanimidade não participar da votação, uma posição que “reforçará a posição da República de Chipre durante as negociações”, disse um representante do partido.

Milhares de pessoas concentraram-se em frente ao Parlamento para exigir a rejeição do plano, e avisar que a sua aprovação poderá implicar a medidas idênticas a de outros países da zona do euro, como a Espanha e a Itália.

Após uma contestação generalizada e o adiamento por duas vezes do debate parlamentar, a mais recente proposta do plano de resgate prevê a aplicação de um imposto de 6,75% para os depósitos entre 20 mil e 100 mil euros, e de 9,9% acima desse montante, ficando os depósitos inferiores a 20 mil euros isentos de qualquer taxa.

Há quatro dias que os bancos permanecem fechados na República de Chipre (a parte grega da ilha mediterrânica, cerca de dois terços do território e reconhecida internacionalmente), enquanto a Bolsa de valores cipriota decidiu suspender até hoje as transações.