Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Crescimento de 0,9% na atividade econômica do ano passado foi “lamentável” e, não fosse o setor de serviços, o resultado do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas brasileiras produzidas em 2012) teria sido um “desastre”, de acordo com a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL).
Em nota na qual repercute o baixo desempenho da economia, divulgado hoje (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a entidade que congrega os comerciantes diz que “apesar do bom resultado” das vendas do comércio varejista, que cresceram 8,4% no ano passado, “o modelo econômico de crédito farto está se esgotando, e não será suficiente para sustentar a economia em 2013”.
Embora o comércio vivencie “bom momento de crescimento das vendas e de recuo da inadimplência”, o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Júnior, defende mudanças na política tributária do país para que as micro e pequenas empresas consigam sobreviver, “sobretudo diante das distorções diariamente implementadas pelo governo”.
Preocupação semelhante tem a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que estima crescimento de 6,7% nas vendas deste ano, comparado aos 8,4% de 2012. Aumento “ainda sob efeito do momento favorável no mercado de trabalho, mas sem a influência dos incentivos fiscais sobre as vendas”, de acordo com o economista Fábio Bentes, da CNC.
Bentes acredita que as condições para retomada da economia como um todo sejam melhores neste ano, em relação ao baixo crescimento de 2012 e acompanha expectativa divulgada pelo Banco Central (BC) de expansão de 3,1% em 2013. Segundo ele, haverá reversão das quedas de 2,3% e de 0,8% registradas, respectivamente, pela agropecuária e pela indústria. A agropecuária deve crescer 4,3% neste ano e a indústria 3,4%.
São projeções que levam em conta, porém, as perspectivas de normalidade climática para garantir a produtividade do campo e a redução das altas taxas de inflação, verificadas nos últimos meses. Caso contrário, “a carestia pode corroer o poder de compra do consumidor brasileiro e impactar as vendas”, de acordo com Pellizzaro.
Edição: Fábio Massalli
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir as matérias é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil
Para Abdib, baixo crescimento do PIB é explicado pela falta de investimentos
Temer: projeções para o PIB indicam maior crescimento em 2013
Balança comercial fecha fevereiro com déficit de US$ 1,276 bilhão
Mantega estima crescimento do PIB de 3% a 4% para este ano
FecomercioSP culpa “interferências pontuais” na economia por baixo crescimento do PIB
Mantega admite que crescimento do PIB em 2012 ficou abaixo das expectativas
Para medir crescimento da economia, PIB desconsidera matérias-primas e bens usados